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04/01/2011 - 11:20

Defesa de Boqueirão: Comunidade Remanescentes de Quilombolas de São Francisco do Paraguaçu

Defensoria Pública: Salvador-BA

Site: http://www.defensoria.ba.gov.br

Descrição resumida
A prática em questão decorre de um dos eixos do trabalho desenvolvido pela Especializada de Direitos Humanos e Itinerante voltado para Defesa dos Grupos Vulneráveis na diretriz Remanescentes de Quilombolas. O projeto Defesa de Boqueirão: Comunidade Remanescentes de Quilombolas de São Francisco do Paraguaçu, surgiu em agosto de 2009, a partir da constatação de conflito existente na comunidade, distrito do Município de Cachoeira, localizada há 110 km de Salvador, cuja Comarca não dispõe da presença de Defensor Público. A Defensoria Pública atenta e compromissada com o atendimento às pessoas necessitadas, assumiu através da Especializada de Direitos Humanos e Itinerante, realizar a defesa judicial e extrajudicial dos líderes da citada comunidade, que passavam e passam por um momento de criminalização. São Francisco do Paraguaçu é uma comunidade remanescente de quilombolas, cuja história de luta e resistência foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares – FCP. Em 2005 houve a titulação das terras com base no decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, todavia houve contestação e essa titulação foi anulada e novo procedimento está em curso junto ao INCRA. Conscientes da impossibilidade de poder provar que as terras não são dos remanescentes de quilombolas, vez que existe dispositivo na constituição (art. 68) e foi feita uma pesquisa antropológica comprovando os fatos, os fazendeiros da região passaram a hostilizar a comunidade. Passaram a colocar animais nas roças dos membros da comunidade e a imputar-lhes condutas criminosas, inclusive a de matar os animais de criação, destruir cercas, ameaça e difamação.


Benefícios alcançados


Tempo de funcionamento
A prática teve início em agosto de 2009 a partir de reunião que contou com a presença da Defensora Pública Geral, da Ouvidora Geral e do Subcoordenador da Especializada de Direitos Humanos e Itinerante, oportunidade em que foi detectada a necessidade de atuação imediata da Defensoria Pública para prestar assistência jurídica à comunidade referida, sendo, desde então, realizadas diversas atividades em prol da defesa dos integrantes da comunidade do Boqueirão, cujo rol supra citado.Ressalte-se que até o momento foram realizados 04 deslocamentos do Defensor para orientações e diligências inerentes aos problemas diagnosticados, com a realização de palestras acerca dos principais direitos do cidadão, dos serviços que a Defensoria Pública do Estado da Bahia por dever legal oferece a comunidade.

Como a prática contribui para a rapidez e eficiência da Justiça?
A característica pela qual o atendimento através da itinerância (a Defensoria vai até o cidadão) se reveste, facilita o processo. Permite atividade preventiva, favorece o diagnóstico de situações, indicando, por exemplo, situações onde a mediação seja a melhor indicação,o cidadão recebe orientações relativas a documentação,dentre outras.


Qual a principal inovação da prática?
Atuar junto a uma clientela culturalmente a margem do acesso aos seus direitos de cidadania, garantido a efetivação de direitos da comunidade, como o seu reconhecimento como remanescente de quilombolas e conseqüente legalização da posse das terras ocupadas. Para possibilitar que tais objetivos sejam atingidos fez-se necessário mobilizar diversos órgãos das esferas Federal e Estadual, de forma que cada um desse a sua colaboração para acelerar o reconhecimento do Boqueirão como comunidade remanescente de quilombolas.


Processo de implementação da prática
Divulgação do dia do atendimento da Defensoria Pública Estadual através de contato com a associação dos moradores que, por sua vez, informa à comunidade sobre o dia de atendimento; Informação acerca dos documentos necessários a propositura da ação, tais como carteira de identidade, CPF, certidão de nascimento, certidão de casamento, endereço da pessoa a ser acionada, nome e endereço completo das testemunhas e demais documentos relativos ao caso;
Implementação do atendimento. Planejamento do espaço para o atendimento, que requer apoio de um representante da comunidade e; Deslocamento dos Defensores Públicos ao local de atendimento;


Dificuldades encontradas
- Na realidade a titulação, origem do problema caminha lentamente, motivo que aumenta as tensões. O INCRA na última reunião da comissão reconheceu que não completara as intimações de todos os moradores para correr o prazo de contestação para a primeira fase do processo;
- Falta a participação dos órgãos de segurança pública que sempre são convidados, mas nunca comparecem;
- Envolvimento das autoridades locais que sempre dão andamento as denúncias e queixas dos Fazendeiros, mas nunca escutam os remanescentes nas suas denúncias.
- A demora do STF em julgar a ADIN nº 3230 sobre a suposta Inconstitucionalidade do Decreto 4887, 20.11.2003 causando grave insegurança jurídica.


Fatores de sucesso da prática
- Obtenção de visibilidade para o problema no Estado da Bahia, inclusive com a recente edição do Decreto Estadual nº 11.850, de 23 de novembro de 2009;
- Melhorias nas condições de atendimento de saúde e educação, através da atuação extrajudicial;
- Parceria com a Defensoria Pública da União- DPU, Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia- AATR, Grupo Tortura Nunca Mais-GTNM, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, Fundação Cultural Palmares-FCP, PHU, Secretaria Estadual de Educação- SEC


Observações
Esta prática tem grande significado para a região geográfica referenciada (município de Cachoeira) dado o referencial histórico que representa, que de modo particular inclui os quilombolas como disseminadores da cultura africana.


Etapas de funcionamento da prática
- Articulações com representantes da Comunidade;
- Desenvolver as atividades junto a Comissão de Apoio às Comunidades Remanescentes de Quilombolas, principalmente no âmbito extrajudicial, como tentativa de efetivar os direitos da comunidade de maneira célere.
- Providências para viabilizar a infra-estrutura necessária e planejamento das atividades;
- Definição de cronograma de atendimento; -Efetivação dos atendimentos.


Equipe de trabalho
Um (01) Defensor - coordenar e prestar atendimento; Parceiros Apoio – Líder Comunitário Será necessário a inclusão de um técnico administrativo e um estagiário de nível superior para auxiliar no desenvolvimento das atividades.


Equipamentos / Sistemas
Noteebooks; computadores; serviço de som da comunidade; veículo para deslocamentos quando das visitas e atendimentos.


Infraestrutura
Esta é uma prática de natureza itinerante. O defensor se desloca espontaneamente para a Comarca de Cachoeira. Porém há atividades que o DP desenvolve no seu espaço de trabalho, como: a realização de estudos atinentes ao tema, a elaboração das peças processuais necessárias a defesa dos interesses da comunidade, as reuniões com a Comissão de Apoio às Comunidades Remanescentes Quilombolas. Há a necessidade de disponibilização de um espaço fixo, dotado de uma estrutura que viabilize a prestação dos serviços, para a Defensoria Pública poder se instalar ao realizar as visitas em São Francisco do Paraguaçu com a finalidade de prestar atendimento às pessoas que integram a comunidade Boqueirão.


Parcerias
São parceiros da Defensoria Pública do Estado da Bahia, integrando a Comissão de Apoio às Comunidades Remanescentes de Quilombolas: Defensoria Pública da União-DPU; Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia- AATR; Grupo Tortura Nunca Mais-GTNM; Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA; Fundação Cultural Palmares- FCP; PHU, Secretaria Estadual de Educação-SEC.


Orçamento
Não há orçamento específico. A Especializada desenvolve a atividade a partir de programação aprovada pela Instituição, que assume custos com deslocamentos, materiais e equipamentos necessários.


Outros recursos
Os recursos/honorários do Defensor – compromisso da Instituição;


Autor da proposta
Gilmar Bittencourt Santos Silva

20 de maio

AGE (Brasília)

12 e 13 de maio (Bahia)

Lançamento da Campanha Nacional

19 de maio (Senado)

Sessão Solene - Dia da Defensoria Pública

10 de junho

AGE

7 de julho

Reunião de Diretoria

8 de julho

AGE

5 de agosto

AGE

8 de setembro

Reunião de Diretoria

9 de setembro

AGE

7 de outubro

AGE

10 de novembro

Reunião de Diretoria

11 de novembro

AGE

1º de dezembro

Reunião de Diretoria

2 de dezembro

AGE

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