O pintor Marciano Rodrigues e a diarista Maria Regiane estavam vivendo o sonho da casa própria. Em maio, o casal pediu um empréstimo para pagar a entrada de uma suposta carta contemplada de uma empresa de consórcios. De acordo com as informações da empresa, eles receberiam o valor integral para a compra do imóvel em até 15 dias e a primeira parcela só precisaria ser paga em três meses.
Parecia um sonho, mas era um pesadelo. Depois de transferir o dinheiro, o vendedor do consórcio parou de atender as ligações. Na sede da empresa, Marciano e Regiane foram barrados de entrar e na segunda tentativa de diálogo para reaver o dinheiro, quando o casal chegou ao local, a empresa não existia mais. “Foi um duro golpe e precisamos da Defensoria Pública para saber o que podemos fazer para reaver esse dinheiro e punir quem fez isso”, falou Marciano esperançoso.
Moradores do município de Pacatuba, o casal viajou até Fortaleza para atendimento na carreta da Defensoria Pública, que durante três dias ficou estacionada no bairro Moura Brasil, em Fortaleza. A ação faz parte do projeto Defensoria em Movimento e oferece orientação e atendimento jurídico gratuito aos moradores que vivem distantes dos centros urbanos ou em situação de vulnerabilidade. “Nosso objetivo é estar cada vez mais perto da população, levando as defensoras e defensores públicos para fazer atendimento nos territórios e assim entender melhor a situação de cada assistido e assistida que nos procura”, ressaltou a defensora geral, Sâmia Farias.
Quem também procurou a Defensoria foi o casal Marcos Borges e Marta Pereira que chegaram à carreta em busca de mais informações sobre o andamento do processo do filho, que há 10 meses cumpre pena no presídio de Itaitinga. “Viemos saber como está o processo e o que podemos fazer para melhorar a vida dele lá dentro para que ele saia logo”, disse a mãe emocionada. O defensor nos explicou sobre ele trabalhar e estudar enquanto está preso e nos deu outras informações que iremos providenciar para que ele cumpra sua pena e possa sair para cuidar da família que deixou aqui fora”, completou o pai.
Em três dias, a equipe da Defensoria atendeu cerca de 120 pessoas com orientações jurídicas e informações processuais. Desses assistidos, 40 foram atendidos pelas defensoras e defensores públicos nesta quinta-feira (14/08). A maioria dos casos envolve processos nas áreas de família, criminal, consumidor, saúde, infância e juventude, idoso e execução penal. Também houve procura por soluções extrajudiciais de conflitos, como mediação em inventário, divórcio consensual, regulamentação de visitas e guarda de filhos.
