Em solenidade realizada no auditório Daniela Hidalgo, na sede da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, 16 novos(as) Defensores(as) Públicos(as) tomaram posse na manhã desta sexta-feira (16/6). A cerimônia foi prestigiada pela ADPERGS, que esteve representada pelo presidente Mário Rheingantz, pela vice-presidenta Institucional Maína Pech, o Secretário-Geral Thiago Oro Caum Gonçalves, e pelo Diretor Social e Cultural, Saulo Brum Leal Júnior.
Durante sua fala, Rheingantz deu as boas-vindas aos(às) novos(as) colegas e destacou a missão social da Defensoria Pública. “A posse de 16 Defensoras e Defensores Públicos representa um acréscimo importante na nossa capacidade de atendimento, de atuação, e, especialmente, de levar a justiça aos gaúchos e gaúchas. Essa posse cai em um dia de tragédia climática que está atingindo a todos, mas especialmente às pessoas mais vulneráveis. É essa realidade, que os senhores já estão sentindo hoje nas ruas do Rio Grande do Sul, que irão sentir no seu dia-a-dia. Sem dúvida, as senhoras e os senhores estarão mais do que prontos para garantirem o direito à vida e à saúde, às pessoas que receberam a negativa de um medicamento, de um tratamento ou de uma cirurgia. Para garantir a liberdade e lutar contra as injustiças, às vezes, até contra a injustiça da própria justiça. Ser Defensora e Defensor Público não é apenas um trabalho, mas é acima de tudo, uma missão”, afirmou.
Aprovados(as) no VI Concurso Público para ingresso na carreira, os(as) Defensores(as) Públicos(as) Paulo Freire Daguiar Viana de Souza, Loize Germana Miranda Gonçalves e Pedro Henrique Cunha Castanheira discursaram em nome do grupo de empossados(as).
Em seu discurso, Loize falou sobre a representatividade e a importante vitória por ser a primeira pessoa com deficiência a tomar posse na Instituição. No concurso deste ano, foram aprovadas duas candidatas para as vagas destinadas às PCDs. “Me sinto extremamente honrada em partilhar esse momento enquanto representante da primeira colocação de pessoa com deficiência, ao lado do primeiro colocado que representa as pessoas pretas e pardas. Essa posse representa um cargo que por expressa ordem constitucional deve assegurar a defesa dos grupos vulneráveis e minorias. Assim como diversos outros Direitos Humanos, a minha chegada aqui não foi um presente ou cortesia, foi conquistada com muita luta pelos que vieram antes de mim e redemocratizou o país no século passado. A Constituição Cidadã, que criou a Defensoria, me fez a primeira pessoa com deficiência a tomar posse na Instituição já estando na condição de PCD”.
O primeiro colocado na classificação de pretos e pardos, Pedro Henrique Cunha, também reforçou a necessidade da promoção da inclusão, da igualdade e da pluralidade. Foram aprovados 12 candidatos(as) por meio do sistema de cotas raciais, cinco empossados(as) na cerimônia desta sexta-feira. “Se eu pudesse eleger uma palavra que simbolizasse esse momento, seria esperança. A esperança de constituição de serviço público representativo, capaz de refletir não só a diversidade da população brasileira, mas também os destinatários dos nossos serviços. A esperança de superação de séculos de exploração colonial, que deixaram marcas profundas na estrutura da nossa sociedade. A esperança de um dia conseguirmos superar esse modelo de sociedade no qual seres humanos são divididos por categoria, no qual seres humanos se encontram divididos por categoria, onde um lado se distribui privilégios, e do outro acorrenta-se uma considerável parcela da população as algemas da exclusão”.
O resultado mais expressivo de candidatos(as) negros nos quadros da Defensoria Pública, deve-se a revisão da política de cotas da Instituição, que aumentou de 20% para 30% do percentual de reserva de vagas para candidatos(as) cotistas das populações negra e indígena.
Em seu discurso, o Defensor Público Paulo Freire Daguiar Viana de Souza destacou a missão social da Defensoria Pública e o compromisso com a população em situação de vulnerabilidade. “Os sentimentos empregados nas palavras e o compromisso celebrado tombam muros, rompem divisórias e são capazes de ecoar para além do espaço físico deste auditório. Senhoras e senhores em situação de rua, de pobreza, de privação de liberdade, de opressão por motivos de idade, gênero, identidade sexual, cor, etnia, religião, estado físico e mental. Senhoras e senhores que, por qualquer motivo, tenham experimentado uma existência alijada dos mais elementares direitos e da possibilidade de construção de uma vida digna: para vocês, o nosso mais profundo compromisso”, disse Paulo.
A solenidade também contou a apresentação do cantor e comunicador PCD, Artur De Mari.
A ADPERGS deseja que todas e todos tenham uma eficiente trajetória como agentes de transformação social. Sejam bem-vindos(as): Paulo Freire Daguiar Viana de Souza, Bia Makki Wienert, Pedro Henrique Cunha Castanheira, João Marcus Rosa e Silva Nogueira Barbosa, Bibiana Gava Toscano de Oliveira, Henrique Frasca Grillo, Loize Germana Miranda Gonçalves, Guilherme Ruggiero de Souza Santos, Felipe D’Avila Farias, Lucas Oliveira da Costa Moreira, Mayara Rossales Machado, Thays Umpierres Endruchak, Diogo Vale da Silva, Lorena da Gama Lim, Roberta Netto Ferreira Costa, Junielson Silva Araujo.