Instagram Facebook Twitter YouTube Flickr Spotify
16/06/2023

GO: Exibição de "Entre Lonas e Estacas" no FICA revela as vozes ocultas na luta pelo direito à moradia

Fonte: ASCOM/DPE-GO
Estado: GO
 
 
Entre sorrisos de euforia e lágrimas de emoção, a primeira manhã do 24° Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA) recebeu no cinema histórico da Cidade de Goiás, nesta quarta-feira (14/06), a exibição do filme “Entre Lonas e Estacas”, produzido pela equipe da Diretoria de Comunicação da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). O primeiro documentário realizado pela Instituição traz à luz histórias de moradoras de seis ocupações urbanas em Goiânia, cujas vozes pelo direito à moradia e dignidade são reverberadas. 
 
A sessão especial, intitulada "Defensoria Pública: Direito à Moradia", ocorreu às 11 horas no Cine Teatro São Joaquim, reunindo não só público do Festival, mas também lideranças das ocupações e autoridades da DPE-GO. Entre elas estiveram o defensor público-geral Tiago Gregório, o subdefensor público-geral para Assuntos Institucionais, Allan Joos, a subdefensora pública-geral para Assuntos Administrativos, Mayara Batista, o defensor público Gustavo Alves de Jesus, a ouvidora-geral, Ângela Cristina dos Santos Ferreira, e a diretora de comunicação social da DPE-GO, Tatiane Pimentel, além da equipe da Dicom, como diretor Diego D'Ascheri e Júlio César, quem realizou a cinematografia e edição.
 
Na tela, durante 30 minutos o filme estampou um retrato sensível da cruel realidade enfrentada por mulheres, crianças e homens nas ocupações do município em um período pós-pandemia. “E nós não somos invasores. Nós estamos cumprindo o nosso papel, uma função social. Não sou invasora, sou ocupante. Mas alguns órgãos públicos nos tratam como invasores, esse é o maior preconceito que eu sinto”. Neste trecho, as lágrimas de Ilmara Freires, liderança da ocupação Jatobá, que acompanhava a sessão, pareciam indomáveis, assim como de cada uma que se via e se ouvia. As crianças presentes, até as mais pequenas, também puderam reconhecer a si mesmas, e permaneceram ali atentas à narrativa de suas vidas.
 
“Antes eu me sentia invisível, mas agora eu não me sinto mais”. O depoimento de Ilmara ao subir ao palco para participar da roda de conversa realizada em seguida da exibição, expôs a essência do que o filme busca atingir. Como dar visibilidade a essa realidade e reafirmar que aquelas pessoas existem e reivindicam o que lhes é de direito. 
 
O direito à moradia e a ocupação social dos espaços urbanos, juntamente com as medidas públicas adotadas na defesa das famílias ocupantes, foram alguns dos temas abordados, especialmente diante do retorno das ações de despejo e reintegração de posse em todo o país. Durante o período pandêmico, essas remoções foram temporariamente suspensas, evidenciando ainda mais a importância do diálogo sobre essa questão crucial.
 
Sobre o filme
 
O diretor Diego D'Ascheri compartilhou sobre o início do projeto. Segundo ele, a demanda chegou à Dicom por meio do defensor público Gustavo Alves de Jesus, que requereu uma campanha de sensibilização, com vídeos curtos a serem postados nas redes sociais e encaminhados via WhatsApp a fim de contribuir para a aprovação do Projeto de Lei do Protocolo Unificado para Remoções. Foram produzidos seis vídeos. 
 
“Posteriormente, percebemos que esse material tinha potencial para se tornar algo maior, mais completo, como um documentário”, comentou D’Ascheri. Foi então que surgiu a ideia do documentário, que buscava desmistificar essas pessoas, mostrar que são batalhadoras pelo direito à moradia e amplificar suas vozes.
 
A Câmara de Goiânia aprovou, em 1 de novembro de 2022, o projeto de lei (PL nº 118/2022) que estabeleceu um protocolo unificado para retirada de famílias e pessoas de imóveis, terrenos e locais públicos. Só posteriormente é instituída, pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), a Comissão de Conflitos Fundiários (CCF), para atuar na análise e redução de impactos habitacionais e humanitários nos casos de desocupação.
 
Para o defensor público Gustavo Alves de Jesus, envolvido no projeto, “o documentário conseguiu atingir o objetivo de sensibilizar tanto os parlamentares quanto a sociedade, ajudando a desconstruir estereótipos e mostrando que são pessoas que merecem respeito, que têm direitos, inclusive o direito à moradia. É dever do Estado garantir que essas pessoas tenham uma vida digna”, ressaltou ao comentar sobre o impacto alcançado.
 
Entre os objetivos do filme estava sensibilizar as autoridades goianas sobre a necessidade de um procedimento que garantisse a dignidade das pessoas que vivem em ocupações, evitando ações violentas e a violação de seus direitos. Assim, a produção buscou humanizar a luta das famílias e amplificar as vozes das mulheres que estão à frente da luta, como afirmou a coordenadora da produção do documentário, e diretora de Comunicação Social da DPE-GO, Tatiane Pimentel.
 
“Quando começamos o trabalho junto com as mulheres nas ocupações, percebemos que cada depoimento era profundamente tocante, com histórias de grande valor e realidade desconhecida, que precisavam ser visibilizadas. Havia muitas histórias a serem contadas, e era preciso dar a essas mulheres um espaço maior para que suas vozes realmente alcançassem as autoridades”.
 
Para a diretora, ao lançar o documentário, a Defensoria Pública está verdadeiramente cumprindo a sua missão enquanto instituição. “Desde que a gente começou a fazer essa comunicação mais ampla, usando audiovisual como ferramenta, a gente escolheu como caminho, contar a história das pessoas que são impactadas pelo trabalho da instituição. Então isso é o que nos move hoje, esse é o centro do trabalho da comunicação da Defensoria”, finalizou.
 
Além da direção de Diego D'Ascheri e coordenação de Tatiane Pimentel, a equipe de cinematografia do documentário contou com a participação de Érico José, Gustavo Burns e Júlio Abreu, enquanto a edição de vídeo e som foi realizada por Júlio Abreu, com a colaboração de Lara Damiane no roteiro.
Compartilhar no Facebook Tweet Enviar por e-mail Imprimir
AGENDA
8 de setembro
Reunião de Diretoria
9 de setembro
AGE
25 a 27 de setembro
II Encontro da Frente Afro-Indígena das Defensoras e dos Defensores Públicos do Brasil
7 de outubro
AGE
10 de novembro
Reunião de Diretoria
11 de novembro
AGE
1º de dezembro
Reunião de Diretoria
2 de dezembro
AGE
 
COMISSÕES
TEMÁTICAS
NOTAS
TÉCNICAS
Acompanhe o nosso trabalho legislativo
NOTAS
PÚBLICAS
ANADEP
EXPRESS
HISTÓRIAS DE
DEFENSOR (A)