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21/06/2022

PR: Estado registra aumento de furtos. Defensoria atende grande parte dos casos, que exigem atuação multidisciplinar

Fonte: ASCOM/DPEPR
Estado: PR
Dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SESP) apontam que ocorreram, em média, 126 furtos por dia no primeiro trimestre em Curitiba. São, ao todo, 11.400 furtos na capital nos primeiros três meses deste ano. No Paraná, o levantamento da pasta mostra uma média de 468 ocorrências a cada 24 horas. No total, são 42.145 no período em todo estado, um aumento de 12,77% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Curitiba, o aumento chegou a 11,62% no período divulgado. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (13/06). 
 
Parte das pessoas acusadas de cometerem furtos é assistida pela Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), que atua com frequência nos casos. Só em 2021, a instituição realizou, na área Criminal, 60.164 atendimentos e atos judiciais em todo o estado. 
 
Na avaliação do Coordenador da Área de Atendimento Criminal da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) em Curitiba, Defensor Público Rodolpho Mussel de Macedo, o aumento registrado não pode ser explicado apenas pela crise econômica enfrentada nos últimos anos em razão da pandemia de Covid-19. A vulnerabilidade social agravada nos últimos anos é parte da explicação. Segundo ele, há uma série de fatores a serem considerados em uma avaliação mais global.  
 
“Pela experiência que tenho, no dia a dia, trabalhando em casos de crimes contra patrimônio na capital do estado, percebo que [esses casos] estão relacionados ao tráfico e ao uso de drogas”, afirmou. De acordo com o Defensor, a maioria das pessoas envolvidas nestes casos sofre de dependência química. “São pessoas que não são necessariamente violentas, pessoas que não cometem crimes habitualmente. A pessoa que tem uma dependência química acaba tendo que sustentar o vício, e talvez ela não esteja disposta, na maioria dos casos, a cometer crime violento”, comenta. 
 
O Defensor também percebeu, no dia a dia, que tem se tornado cada vez mais comum o atendimento a pessoas que são acusadas de furto de cabos de energia. “A gente está vendo muito aumento de casos de furto de cabos de energia. A pessoa pega aquele cabo, derrete, vende o cobre no ferro-velho, já compra a pedrinha de crack dele, e já sai para furtar de novo”, explica. 
 
Em casos de pessoas em sofrimento mental por conta da dependência em drogas, e que em decorrência da dependência venham a enfrentar alguma investigação ou ação criminal, é importante ressaltar que a Defensoria Pública também oferece atendimento, com o objetivo de não naturalizar a criminalização ou a condição em que a pessoa se encontra.
 
A instituição possui uma equipe multidisciplinar, composta por assistentes sociais e psicólogas(os) que atuam em diferentes frentes tanto para embasar as ações na esfera jurídica quanto para garantir direitos sociais que fortaleçam a superação do problema, nas áreas de saúde, assistência social, habitação ou emprego, em constante diálogo com os serviços e equipamentos públicos que atendem esses grupos. A humanização do olhar para esses grupos em situação de vulnerabilidade, e a superação de medidas compulsórias, é o que marca o trabalho da instituição nos mais variados setores.
 
Furto de veículos
 
Em todas as modalidades de furto (residência, comércio, rua e veículos) divulgadas pela SESP, as que mais chamam a atenção são os furtos nas ruas e furtos de veículos. Na primeira modalidade, houve um aumento de 18% em todo o estado. Foi registrado, no estado, um total de 5.820 furtos na rua no primeiro trimestre deste ano. Nestes casos, de acordo com o defensor, o consumo e o tráfico influenciam a alta, mas, no caso de furtos de veículos, na avaliação de Macedo, é a receptação que tem alimentado o aumento.
 
“Existe uma cadeia de comércio ilegal por trás disso, que cria a demanda para este tipo de crime que, em regra, é obtenção de peças para desmanche”, comentou. De acordo com dados da SESP, foram registrados 3.197 casos de furto de veículos no primeiro trimestre, um aumento de 14,14% em relação ao mesmo período de 2021.
 
Roubos em queda
 
O crime contra o patrimônio que registrou queda foi o roubo. O levantamento da SESP aponta queda no número de roubos no Paraná. Foram 727 ocorrências a menos entre janeiro e março deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. 
 
Ao todo, foram 6.181 roubos nos primeiros três meses de 2022, contra as 6.908 ocorrências no primeiro trimestre do ano anterior, uma queda de 10,52%. O Coordenador do Núcleo Criminal ressalta que a queda no número de roubos é um fator a mais que indica que “a necessidade econômica” é só parte do problema. “Se só a necessidade econômica fosse o motivo, teria que ter um aumento também do crime de roubo, porque basta que a pessoa aplique uma ameaça [ao ato] para cometer o crime”, pondera. 
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