O defensor público Diego Vinhas está na lista de escritores finalistas na categoria Poesia da condecoração literária mais tradicional do País, o Prêmio Jabuti. Na última terça-feira (9.11) foram divulgadas as listas de dez finalistas das 20 categorias da premiação e Diego Vinhas é um dos cearenses que concorre à honraria.
Diego Vinhas é defensor público titular do Núcleo Descentralizado do Bairro João XXIII e divide seu tempo pela paixão com a escrita. Ele é autor da obra “Corvos contra a noite”, que concorre ao prêmio, e tem outros dois livros: “Primeiro as coisas morrem” (2004) e “Nenhum nome onde morar” (2014). Todos lançados pela editora 7Letras.
De acordo com o crítico literário Tarso de Melo, da Revista Caliban, “a potência da poesia de Diego Vinhas, já tão evidente em ‘Primeiro as coisas morrem’ (2004) e ‘Nenhum nome onde morar’ (2014), salta agora de modo ainda mais contundente a cada página deste livro que, em 2019, vem nos lembrar que a poesia não é uma forma de fugir do mundo, mas sim de invadi-lo, de atacá-lo, de desmascarar (e o conto de Machado começa falando justamente de máscaras!) as estratégias que usamos para encobrir o que há de mais terrível na ‘ordem’ que nos engole”.
Diego revela o que sentiu quando a lista foi divulgada. “Recebi com surpresa, porque normalmente a gente inscreve, mas não tem a grata surpresa de estar na lista. Já tivemos outros representantes do Estado nessa lista e que já foram contemplados, mas eu gostei da divulgação dessa edição, porque têm muitos indicados de editoras menores, fora do grande circuito”, revela.
Entre sua atuação como defensor público e escritor, Diego revela a paixão pelas manifestações artísticas. “Tenho várias paixões em várias áreas. Trabalho com o Direito, escrevo, mas sou amante da música, das artes visuais e do cinema. Como consumidor/receptor me sinto muito à vontade fluindo em diversos tipos de manifestações artísticas, mas para produzir me sinto mais à vontade escrevendo”,complementa.
O defensor público fala ainda sobre sua rotina e processo criativo. “Eu não tenho aquela disciplina de escrever tantas horas por dia. Eu não tenho uma ordem porque não é algo que a gente consiga compartimentalizar num tempo. Tudo flui como a vida. A gente trabalha e no tempo que sobra a gente acaba produzindo alguma coisa, vai ler, fazer outras coisas e vivendo. Tudo o que acontece na vida e a gente processa de alguma forma esteticamente, afetivamente, a vida comum, tudo pode virar combustível na ilha de edição da cabeça, porque a gente escreve sobre a vida no final”, complementa Diego.
Sobre o Prêmio Jabuti
Referência entre os prêmios literários do país, o Prêmio Jabuti é patrimônio cultural e há anos amplia os feitos da indústria editorial e o alcance da cultura literária nacional. O Prêmio Jabuti se mantém relevante para premiados(as), editoras e agentes de cultura porque desde sua criação, em 1958, distingue ininterruptamente obras e autoras(es). Realizado há mais de seis décadas, o Jabuti se empenha em divulgar o que de mais significativo se produz em seus quatro eixos — Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.