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18/11/2016

Quilombolas do Tocantins: em palavras e olhares

Fonte: ASCOM/DPE-TO
Estado: TO
O olhar atento e curioso de dona Camila, 78 anos, da Comunidade Quilombola São Joaquim, estava focado na tela do celular. Enquanto mostrava para ela aquelas imagens, Camila respondia com aplausos, perguntas ou simplesmente levava as mãos ao rosto de forma peculiar e sutil, e, de repente, vinha aquele sorriso. “Deixa eu ver direito minha filha. Mas gente, essa não é a Lilian?”. Sim, é a pequena Lilian Vitória, ainda bebê, no colo de sua mãe Geísa, respondi.
 
Lilian, hoje com 4 anos, é neta dona Guilhermina, irmã de Camila, e ali estava participando da conversa. Sentada no meu colo, ajudando com as anotações do atendimento coletivo da Defensoria Pública, também viu rostos conhecidos na tela do celular. “Minha vó, minha mãe e vó Camila”, sussurrava enquanto as imagens passavam.
 
Em seguida, pelas telas do computador, disposto numa mesa simples, ao centro de um galpão aberto que abriga a sede da Associação da Comunidade São Joaquim, em Porto Alegre do Tocantins, outras pessoas começaram a se ver ou a reconhecer parentes e amigos nas imagens exibidas.
 
E foi assim que Lilian e Camila, além de outros quilombolas das comunidades de São Joaquim e Lajeado (essa última localizada em Dianópolis), ali reunidos para um atendimento coletivo, conheceram a versão digital do livro “Quilombolas do Tocantins: Palavras e Olhares”, uma publicação da DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins, que traz o diálogo poético entre o texto e a imagem que ilustra a obra de cada autor e autora, aliado ao conteúdo informativo sobre as Comunidades Quilombolas do Estado.
 
Os “olhares” são da Instituição, por meio das imagens captadas nos atendimentos realizados nas Comunidades; e as “palavras”, ditas em forma de poemas, foram escritas por poetas quilombolas, selecionadas por meio do Concurso Cultural “Ser Quilombola”. As fotografias que ilustram a publicação são assinadas pela repórter fotográfica Loise Maria.
 
Os quilombolas de São Joaquim e Lajeado conheceram a publicação na manhã do dia 10 de novembro, durante atendimentos do projeto Expedição Cidadã realizado nas comunidades da região Sudeste do Tocantins.
 
“Eles viram em primeira mão, isso é simbólico e representativo para nós. Os atendimentos aos quilombolas pela Defensoria começaram aqui na região Sudeste. Esse é um trabalho que nos orgulha e emociona muito”, conta o coordenador do DPAGRA – Núcleo Especializado da Defensoria Pública Agrária, defensor público Pedro Alexandre.
 
 
Lançamento
 
O lançamento oficial do livro “Quilombolas do Tocantins: Palavras e Olhares” aconteceu também no dia 10 de novembro, na cidade de Dianópolis, região Sudeste, durante o Seminário “Direitos Humanos no Campo”. Aproximadamente 180 pessoas participaram do evento, entre elas, poetas quilombolas de Comunidades de Dianópolis, Brejinho de Nazaré, Santa Rosa, São Felix do Tocantins, que tiveram poemas classificados e publicados no livro.
 
E foram dos poetas que vieram reações semelhantes às de dona Camila e da pequena Lilian durante a exibição do vídeo de lançamento do Livro. Além das imagens de parentes e conhecidos, lá estavam seus nomes e versos registrados. Suas vozes quilombolas de resistência, luta, tradição, ancestralidade, cultura. Ali estava a identidade quilombola, de mulheres e homens, em idades diversas.
 
Os quinze poetas classificados no Concurso Cultural “Ser Quilombola” foram premiados com o livro “A Passeio”, de autoria dos jornalistas tocantinenses Daniel dos Santos e Ciro, com um CD do Grupo de Coco “Passarinhos do Cerrado”, certificado de participação e um tablet.
 
O livro é composto por 17 poemas, escritos por membros das 12 Comunidades Quilombolas do Tocantins. Ao todo, foram validadas as inscrições de 33 poemas e frases no Concurso. Confira a lista de classificados no fim do texto.
 
“Foi um prazer participar do Concurso. Fiquei muito feliz quando tive acesso à lista dos selecionados e vi o meu nome escrito. Foi uma alegria e tanto, pois em uma pequena poesia consegui expressar o que sinto pelo meu quilombo e mostrar um pouco dos costumes culturais e conhecimento de Cocalinho, que amo de paixão”, afirmou a classificada Rosana Sousa.
 
Livro
 
O livro é dividido em três capítulos. “Palavras e Olhares” é o primeiro e traz os poemas selecionados no Concurso Cultural “Ser Quilombola” num diálogo poético entre o texto e a imagem que ilustra a obra de cada autor e autora. O segundo capítulo é dedicado às Comunidades Quilombolas do Tocantins e traz ainda informações condensadas dos quatro anos de atuação da Defensoria Pública junto aos remanescentes de quilombo do Estado. Por fim, apresenta-se um balanço do Concurso que possibilitou que os textos quilombolas de Norte a Sul do Tocantins chegassem ate a Defensoria Pública. 
 
A organização do livro é do defensor público Pedro Alexandre e da jornalista Rose Dayanne Santana, e todo suporte técnico e de pesquisa foi dado pelas servidoras do DPAGRA,  Mayumi Adati e Giselle Silva, com apoio da APA-TO e COEQTO.  O projeto gráfico e diagramação dos publicitários Vinicius de Sá e Luciana Campos. São parceiros do Projeto, os núcleos especializados de Ações Coletivas (NAC), Direitos Humanos (NDDH), Defesa da Saúde (NUSA), e a Associação de Defensores Públicos do Estado do Tocantins (ADPETO).
 
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