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28/03/2016

ADEP-BA: #MÊSDAMULHER - Saída do ciclo de violência passa por informação e empoderamento

Fonte: ADEP
Estado: BA

Natural de Salvador e completando oito anos na Defensoria Pública da Bahia no mês de maio próximo, a defensora pública Viviane Luchini, que hoje atua no Núcleo Especializado na Defesa da Mulher (NUDEM), já ouviu muitos casos marcantes, sobretudo de mulheres vítimas de violência doméstica. Casos onde a vítima vive no ciclo violento por mais de 20, 30 anos, não sabe dizer como começou ou porque a situação se estendeu por tanto tempo. Casos em que, mesmo sofrendo a violência, a própria vítima implora pela defesa e tentativa de soltura do agressor.

Este último é um dos exemplos que marcou a defensora ao longo desses anos, enquanto ainda atuava na área criminal, em Candeias. Ela conta que na época uma moça a procurou pedindo que fizesse de tudo para soltar o marido. Quando leu o processo, verificou que a mesma era vítima de violência doméstica e que, o motivo pelo qual o agressor foi preso pela última vez, foi justamente por tê-la agredido com cacos de garrafa. A vítima em questão fez o pedido por ter cinco filhos pequenos e estar vivendo de favor dos vizinhos após a prisão do marido.

"Aí nós vemos a questão que hoje vivo aqui [no NUDEM], da importância de se empoderar a mulher, de dar esse outro tratamento para que ela saia desse círculo de violência emocional e econômica", explica Luchini que, além de Candeias, também já atuou numa vara crime em Itaberaba; com execução penal, em Salvador, até se titularizar na 1ª DP de Direitos Humanos.

Hoje, no núcleo, a defensora faz o atendimento inicial de mulheres vítimas de violência física, psicológica e moral, passando por vezes por casos de violência sexual e patrimonial. Traçando um paralelo com a área criminal, onde atuou, Viviane acredita que é preciso ter uma sensibilidade maior para lidar com estes casos envolvendo as mulheres.

"Lá [na área criminal] você consegue ser mais técnico. Aqui não dá para ser tão técnico, você se envolve na situação porque tem que construir com ela o melhor caminho para tirá-la do ciclo de violência. Às vezes só tirá-la do agressor e de casa não resolve o problema, porque ela tem filhos e bens com ele. Você trabalha não só com a parte técnica e jurídica, é preciso ter um tato maior para colher às informações, lidar com as emoções das vítimas", explica Luchini.

Além dos fatos narrados no atendimentos diários do núcleo, que já obteve várias vitórias por suas antecessoras, ela acredita que talvez o grande desafio hoje seja aumentar a promoção de atividades extrajudiciais, a fim de levar mais conhecimento à população sobre o que é violência doméstica e trabalhar de maneira preventiva.

GÊNERO - Em seu início no interior da Bahia, a defensora comenta nunca ter sentido dificuldades ou preconceito no ambiente de trabalho por ser mulher, mas percebeu uma espécie de "superproteção" quando começou na área criminal. "Vai passando o tempo, você vai mostrando seu trabalho, sua competência, vão te respeitando e você vai conquistando seu espaço. Mas logo quando você chega no interior, existe essa questão, bem mais forte do que aqui em Salvador", comenta.

De maneira geral, a defensora acredita que a situação da mulher no país avançou muito, mas ainda é preciso muito a conquistar com informação, educação e debate para tentar desconstruir alguns conceitos culturais. "Precisamos nos empoderar enquanto mulheres, nos tornar mais fortes, mais politizadas, nos informar dos nossos direitos e lutar por eles. As mulheres se sentindo fortes, vão conseguir realmente buscar o que desejam", explica.

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