Em ato na Paulista, grupo pede libertação de ativistas presos
Estado: SP

Um grupo de manifestantes protestou na noite desta segunda-feira (21) na Avenida Paulista. Chamado de "Ditadura não - liberdade aos presos políticos - soltem os presos da Copa", o ato pedia a libertação dos presos pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo durante a Copa do Mundo, sediada pelo Brasil.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 120 pessoas participaram do protesto. A manifestação começou em frente ao Masp por volta das 19h30. Os manifestantes chegaram a ocupar duas faixas da Avenida Paulista, sentido Consolação, e percorreram vias da região, como a Bela Cintra e Haddock Lobo, antes de retornar ao vão livre do Masp. O ato foi encerrado às 20h30, ainda de acordo com a PM.
Os manifestantes cobraram a libertação do estudante e servidor da USP Fábio Hideki Harano, de 26 anos, e do professor Rafael Marques Lusvarghi, de 29, detidos desde o dia 23 de junho. Eles foram presos na pópria Paulista nesta data após participar de um protesto contra os gastos públicos da Copa do Mundo.
A dupla foi indiciada por cinco crimes: associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, incitação à violência, resistência e desobediência. O Ministério Público apresentou denúncia contra eles no último dia 11 de julho.
Fabio é acusado formalmente por incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. Se condenado por todos os crimes, pode pegar de 5 a 13 anos de prisão. Já Rafael foi denunciado por incitação ao crime, associação criminosa armada, resistência e posse de artefato explosivo, cujas penas, somadas, variam de 5 a 14 anos e 6 meses de prisão.
No dia seguinte à prisão, a Defensoria Pública de São Paulo entrou com um pedido de liberdade provisória para a dupla. O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça. Rafael teria sido filmado pelos agentes depredando e Fabio, portando coquetel molotov além de usar a internet para convocar manifestantes para ações de depredação. Um outro rapaz, pego supostamente com maconha, foi liberado após ter sido autuado por porte de entorpecente.
Tatiana Lusso, que se apresentou como advogada de Rafael por ocasião de sua prisão, negou que seu cliente seja "black block". E o advogado Renato Pincovai, que defende Fabio, também apresentou a mesma negativa. Ele é ativista. Teria se formado em jornalismo pela USP e agora é auxiliar de laboratório do Hospital Universitário.
Ex-PM
Lusvarghi é ex-policial militar. A informação foi dada ao G1 pelo seu irmão, o funcionário público Lucas Lusvarghi, de 26 anos, e confirmada pela Polícia Militar (PM). Segundo a corporação, Rafael serviu no período entre março de 2006 a julho de 2007, "quando pediu baixa" e foi desligado.
Rafael é ex-policial militar sim. Ele foi soldado. Não me lembro o ano, mas depois que ele foi à França, onde serviu na Legião Estrangeira, decidiu prestar concurso para a Polícia Militar [PM], declarou Lucas, que trabalha na Câmara Municipal de Jundiaí, interior do estado.
Primeira prisão
Rafael já havia sido preso no dia 12 de junho, data de abertura do Mundial de 2014, por enfrentar policiais militares durante ato que tentava bloquear a Radial Leste. Após ter sido foi detido a primeira vez, o professor conversou com o G1, acusando a PM de truculência. Ele ficou com marcas de tiros de bala de borracha no peito e perna, escoriações nas mãos, braços e costas, e irritação nos olhos por causa do spray de pimenta que recebeu quando já estava dominado.






