Pessoas vivem em celas sem ventilação. O cheiro de mofo e o calor são insuportáveis. Não há espaço para visitação e a rede de energia elétrica está em péssimas condições
Defensores públicos de Guarapuava encontraram diversos problemas estruturais, condições insalubres e até risco de incêndio em vistoria recente na cadeia pública anexa à 14ª Subdivisão Policial. O pedido de relaxamento de prisão ilegal, solicitado há uma semana pela Defensoria Pública do Estado já foi protocolado e aguarda manifestação do Ministério Público.
De acordo com o defensor público estadual, lotado em Guarapuava, Guilherme Frederico de Souza Panzenhagen, foi constatado, após a vistoria, que a estrutura como um todo apresenta debilidades extremas. “Não há circulação de ar, o calor e o cheiro de mofo são insuportáveis, a instalação elétrica é o principal problema do lugar. É tudo improvisado, os fios estão descascados, a sobrecarga é grande”, contou. Conforme o defensor, caso ocorra um incêndio, os detentos correm muito perigo.
Na última contagem, havia 44 presos na cadeia de Guarapuava que já deveriam estar inseridos no sistema carcerário estadual. A transferência desses presos para penitenciárias não resolveria o problema, mas reduziria pela metade a superlotação. No dia da inspeção, havia 264 detentos, o que representa 98 presos a mais do que o ideal.
Panzenhagen reforçou a real intenção da defensoria estadual. “Não queremos que todos os presos sejam liberados. Desejamos apenas que os mínimos direitos sejam assegurados aos presos”, explicou. Ainda de acordo com ele, a principal finalidade da cadeia é ressocializar pessoas. Porém, em suas palavras, a chance de um preso sair melhor do que entrou, na cadeia de Guarapuava, “é de 0%”.