O Conselho Tutelar de Ceilândia Sul localizou na última quinta-feira (4) os pais do menino de cerca de um ano de idade que foi deixado com uma comerciante da Feira Permanente de Ceilândia em março. De acordo com a conselheira Elizete Alves Neta Pereira, os pais deram entrada na Defensoria Pública com um pedido para ter a criança de volta. O juiz ainda não anunciou a decisão.
Elizete disse que os pais alegaram ter deixado a criança com a feirante porque ela já costumava tomar conta do bebê. Ele disse que o garoto foi deixado com a mulher após uma briga do casal. Segundo o pai, Mário Fausto Meza, quando ele voltou na hora do almoço a criança já não estava no local.
A conselheira, porém, disse que foi a comerciante que teria decidido acionar a Polícia Militar e o Ministério Público do Distrito Federal para localizar a família do menino. A comerciante também fez o registro do caso no Conselho Tutelar de Ceilândia Norte.
Na época, ela afirmou que o pai do menino pediu, no dia 8 de março, para que ela cuidasse da criança por dois dias, porque ele não tinha onde ficar. Como estava chovendo, a feirante aceitou cuidar do menino. O pai retornou à banca alguns dias depois, mas não levou o menino.
A conselheira Elizete afirmou que existe um processo aberto, em 2007, no Conselho Tutelar de Ceilândia Sul, que relata que a mãe da criança, Desirée Tadeu Mamede, teve um outro bebê, que foi colocado para adoção. Na época, Desirée era menor de idade.
Segundo a conselheira, a mãe explicou que não procurou a criança porque achou que ela já tinha sido encaminhada para adoção como aconteceu com o primeiro filho. “Ela me disse que já dava o filho como perdido”, disse Elizete.
Nesta segunda-feira (8), os pais foram tirar documentos, já que nem eles e nem a criança têm registro. O Conselho Tutelar também já fez o encaminhamento do casal para um albergue. “Eles são moradores de rua, mas manifestaram o desejo de ficar com a criança e mudar de vida. Contaram que após o desaparecimento do filho entraram em depressão, usaram drogas e chegaram a ser internados em uma clínica”, explicou.
De acordo com a conselheira, Desirée está grávida de novo e já foi informada que necessita ficar em um local para recuperação. “Ela concorda que tem que parar de usar drogas. Eles parecem ter uma união muito grande e já disseram que querem ficar juntos em um mesmo lugar”,completou.
No dia 10 de setembro, a Justiça acatou o pedido do MP para autorizar a divulgação de informações e fotos da criança, conhecida como Samuel, como forma de ajudar na localização dos pais.
Segundo o Conselho Tutelar, o menino permanece sob os cuidados da família da comerciante, que já manifestou o desejo de adotar a criança.