Paracuru, no litoral oeste do Estado, foi palco de uma roda de conversa que reuniu mulheres de diferentes projetos e organizações com o objetivo de fortalecer a educação em direitos e a troca de experiências sobre enfrentamento à violência doméstica e familiar. O evento integra a programação do projeto Amar Defensoria, que leva educação em direitos e assistência jurídica ao litoral cearense.
Participaram do encontro equipe do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, da Secretaria de Direitos Humanos e lideranças locais.
Segundo Úrsula Góes, psicóloga do Nudem, o encontro foi uma oportunidade para alinhar fluxos de atendimento na cidade e aprofundar a compreensão da Lei Maria da Penha. “Foi uma troca para desmistificar crenças que perpetuam a violência, como a ideia de que a mulher não tem direitos ou de que vai perder os filhos em casos de separação. Esse trabalho de educação em direitos é essencial para que as mulheres conheçam seus direitos e saibam onde buscar ajuda”, destacou.
A roda de conversa aconteceu na Casa Lilás e teve a presença de mulheres que integram projetos de acolhimento e capacitação, além de profissionais do Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência (CRAVV) que compartilharam suas experiências no atendimento a casos de violência.
A defensora pública, Jeritza Braga, destacou a importância de encontros assim.” Este momento aqui é parte essencial de nossa atividade, que já soma aos 21 dias de enfrentamento à violência contra a mulher. Trata-se de um espaço rico de troca de conhecimentos, formação e diálogo, onde buscamos fortalecer a comunidade e avançar juntos. Esse processo nos faz repensar e reconhecer o valor dessas trocas”, destacou Jeritza.
Além do trabalho direto com mulheres, o Nudem também realiza ações preventivas em escolas e comunidades, envolvendo crianças, adolescentes em reflexões sobre direitos e cidadania. Para Jeritza Braga, a educação em direitos é uma ferramenta poderosa para quebrar ciclos de violência e promover a autonomia feminina.
O evento reforçou a necessidade de articulação entre diferentes instituições e grupos para garantir o acesso à informação e ao acolhimento. “Cada espaço de diálogo é uma oportunidade para fortalecer os laços entre as instituições e as mulheres da comunidade, ampliando o alcance das ações de combate à violência doméstica e familiar”, pontuou Jeritza.
A mobilização das mulheres contou com a articulação da ouvidora-geral externa da Defensoria Pública do Estado do Ceará, Joyce Ramos, que enfatizou a importância do evento como espaço de fortalecimento coletivo. “Nós mulheres temos a força para nos reerguer diante de situações adversas. É com unidade, estudo e conscientização que podemos ampliar nossa visão de mundo e multiplicar esse conhecimento”, afirmou.