A Defensoria Pública promoveu o Mutirão com a Comunidade Quilombola Onze Negras, localizada no Engenho Trapiche, Cabo de Santo Agostinho. Atualmente a comunidade conta com 600 famílias, com cerca de duas mil pessoas. A ação, que faz parte dos Programas Amiga da Comunidade e Defensoria Itinerante, contou com a atuação das Subdefensorias Cível da Capital, Causas Coletivas e Cível e Criminal da Região Metropolitana. O Mutirão ocorreu nesta sexta-feira (19/10).
Para a líder comunitária, uma das onze negras, Maria José de Fátima da Silva Barros, a presença da Defensoria significa um grande ganho. “Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que este dia é histórico para o nosso povo. Não fomos até a Instituição. Ela veio até a gente. Estamos ansiosos. Temos certeza que um futuro esperançoso nos aguarda”, frisou. Varias reivindicações foram enumeradas pela líder.
Durante o mutirão houve orientação jurídica nas áreas cível, criminal, causas coletivas, além da prestação de serviços: encaminhamento/habilitação para casamento e 2ª via de registro de nascimento. Atuaram na ação os Subdefensores José Wilker Neves (Cível e Criminal da Região Metropolitana), Jeovana Drummond (Cível da Capital), Rafael Alcoforado (Causas Coletivas), as Defensoras Públicas Eloisa Helena (Chefe do Núcleo do Cabo), Leda Pessoa e Valmira Letícia Paes Barreto, a Assessora Institucional da DPPE, Giovanna Melo Pessoa, servidores e estagiários.
De acordo com o Subdefensor Cível e Criminal da Região Metropolitana, José Wilker Neves, “a ação na comunidade quilombola além de simbólica foi essencial para conhecer e melhor avaliar as mais frequentes demandas de ordem jurídica da população, permitindo uma atuação estratégica e, por consequência, mais eficiente da Defensoria Pública”.
QUILOMBO ONZE NEGRAS - A comunidade Onze Negras fica situada a 35 quilômetros do Recife, no município de Cabo de Santo Agostinho, nas terras do Engenho Trapiche. O início aconteceu em meados de 1940, com a formação de uma pequena comunidade composta por negros remanescentes da escravidão no munícipio. Nessa mesma época, famílias migravam para o Cabo com a intenção de trabalhar nas usinas de cana-de-açúcar. Três grandes famílias foram originadas e seguiram morando no Engenho Trapiche, comprando as terras posteriormente e iniciando as construções de algumas casas. Ao longo dos anos, a comunidade recebeu vários nomes: Burrama, Pista Preta e, por fim, Onze Negras. Do grupo pioneiro que fundou a associação de moradores, quatro mulheres já faleceram, sendo substituídas por outras, sempre com a intenção de manter o trabalho coletivo em prol da comunidade. Estima-se que, atualmente, cerca de 600 famílias vivem no local.