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Nº 000 - 14 de Abril de 2007
Fabiano de Lima Narciso

O defensor público do estado do Pará, Fabiano Narciso, nasceu para lutar: luta por acesso à Justiça diariamente na Defensoria Pública de Santarém, há 1.231 km da capital Belém, e luta também nos tatames. Nasciso é defensor público há oito anos e pratica o Jiu-Jitsu há quase dez. 

Na Defensoria, Fabiano é voz do necessitado, onde muda vidas e promove a igualdade social. Nos tatames, ele é faixa marrom e coleciona mais de 20 medalhas de competições. 

O Jiu-Jitsu é um dos esportes mais proveitosos e espetaculares para todos os entusiastas das lutas marciais. É uma arte de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, em japonês signfica “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”. Daí seu sinônimo literal, “arte suave”.

Saiba mais sobre a modalidade na entrevista: 

ANADEP - 
Há quanto tempo você é defensor público? Por que decidiu ingressar na carreira?
Sou defensor público há oito anos e seis meses. Escolhi essa profissão por ver a função do defensor como essencial para as pessoas hipossuficientes. Verifico que, em razão do cargo, possuo condições de mudar vidas e promover a igualdade social. O defensor público é a última voz do necessitado, desta forma, minha profissão permite que eu defenda as pessoas mais carentes até as últimas consequências e, alcançando os pedidos, transformo dor em felicidade e angústia em alívio. Resgato a dignidade e a autoestima de pessoas que se sentem à margem da sociedade; pessoas que, até virem à Defensoria Pública, não acreditam que possuem direitos.
 
Você é adepto aos esportes? Quais já praticou?
Sou praticante de esportes desde minha adolescência. Já pratiquei natação, futebol, boxe tailandês, taekwondo e, atualmente, pratico Jiu-Jitsu.
 
Como você começou a praticar o jiu-jitsu? Já participou de competições?
Comecei a praticar Jiu-Jitsu com 29 anos e hoje tenho 38. Iniciei na Grace Barra, no Rio de Janeiro, e prossegui em Santarém-PA.
 
Desde o início, participo de campeonatos locais, estaduais e internacionais. Tenho mais de 20 medalhas dessas competições. Hoje sou faixa marrom, master 2, pesadíssimo.
 
Dentre os campeonatos mais relevantes, fui campeão Santareno; 2º lugar no campeonato paraense absoluto; 3º lugar no campeonato paraense categoria; 3º lugar na Copa América; e 2º lugar no Internacional Open NO GI.
 
Qual a diferença do MMA para o jiu-jitsu?
A principal diferença entre o Jiu-Jitsu e o MMA é que o primeiro é uma arte marcial que envolve golpes de torção, estrangulamentos e que se desenvolve, na maior parte do tempo, no chão.

Já o MMA envolve mixer de artes marciais e que envolve luta no chão e em pé, com socos e chutes. Porém, há de se observar que todo praticante de MMA, para poder ter o mínimo de sucesso, tem que ter o jiu-jitsu dentre as artes que domina.
Como são seus treinos? A alimentação também passa por mudanças?
Os treinos de Jiu-Jitsu são intensos. No mínimo, duas horas, três a cinco vezes por semana, envolvendo exercícios físicos, treinamento de posições e isometria. A alimentação deve ser controlada porque as lutas se dão em categorias de peso, sendo certo que, próximo das competições, sempre tenho que fazer dieta e disciplina alimentar.
 
Você se inspira em quem ao lutar?
Possuo vários atletas os quais me inspiro para adaptar meus treinamentos, além dos meus professores, Flávio Navalhada, Jander Almeida (Boto) e Samuel (Taperebá), observo, Marcus Bochecha, Felipe Preguiça, Chande Ribeiro, Rodolfo Vieira, Damian Maia, entre outros.
 
O Jiu-Jitsu faz parte de vários projetos sociais. Como você avalia a luta marcial como meio de inclusão social?
O Jiu-Jitsu tem relevante atuação em projetos sociais, visto que auxiliam na disciplina, principalmente, de crianças e jovens, além de servir como meio de profissão para aqueles que se profissionalizarem.
 
Você acredita que o Jiu-Jitsu é valorizado no Brasil?
O Brasil é uma potência mundial na modalidade, tendo diversos campeões, porém o país não valoriza muito o esporte. Há países que adotaram o Jiu-Jitsu como matéria escolar e outros como treinamento, porém, no Brasil não há incentivos governamentais. Todas as competições são organizadas por entidades privadas.
 
A prática te ajuda de alguma forma no seu dia a dia de defensor?
Esta arte marcial tem me ajudado com a manutenção da saúde em dia, visto que exige preparação física constante, além de ser local para despejo do estresse e angústias.
 
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
Sobre o fortalecimento da Defensoria Pública, eu acredito que passa por uma mudança de visão dos governantes para a instituição, pois com uma Defensoria Pública forte, há fortalecimento dos direitos e garantias individuais e coletivas da população. Assim, não se admite mais o tratamento diferenciando entre órgãos integrantes das práticas da justiça. Dessa forma, é imperioso que se tenha igualdade de orçamento entre Defensoria Pública e os demais atuantes na Justiça (Tribunal de Justiça e Ministério Público) para que possamos ter sedes próprias, com condição de fornecer ambiente confortável para atendimento dos assistidos, com equipamentos que acompanhem a evolução tecnológica, além da equiparação de vencimentos entre defensores públicos, juízes e promotores, visto que exercemos função essencial para a Justiça e tempos a mesma preparação técnica para exercício do cargo. 
 
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