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Nº 019 - 11 de abril de 2019
João Gavazza
Na Defensoria Pública há 12 anos, João Gavazza já passou pelas mais diversas aréas de atuação e hoje está no Núcleo de Proteção à Pessoa Idosa de Salvador.  Gavazza já presidiu a Associação dos Defensores Públicos na Bahia (ADEP-BA) e foi vice-presidente jurídico-legislativo da Associação  Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) no último biênio.
 
O que o diferencia no dia a dia é que o talento de Jhonny Gavazza, como é conhecido, é a música: canto, composição e produção. Jhonny lançou o álbum "Prelúdio", que contém 12 canções autorais e já está nas principais mídias sociais. Parte das composições surgiram das reflexões que "defensorar" traz: a luta por efetivação de direitos e Justiça social. Gavazza também tem inspirações pessoais para letras românticas. "Mas essas eu não vou contar (risos)", descontraiu.
 
No entanto, as histórias que ele contou para a equipe de comunicação da ANADEP estão na entrevista abaixo! Confira!
 
 
ANADEP - 
Por que decidiu ingressar na carreira? Como foi este ingresso?
Após finalizar a faculdade em 2004, resolvi que me tornaria servidor público. Iniciei estudos de preparação para concursos de carreiras jurídicas. Fui aprovado no V Concurso Público de Ingresso na Carreira de Defensor Público do Estado da Bahia, realizado em 2006, assumindo o cargo de defensor público um ano após. De lá pra cá, atuei nas cidades de Camaçari e Salvador, onde estou até hoje na 1ª Defensoria Pública de Proteção à Pessoa Idosa. Também realizei atividades extrajudiciais específicas na cidade de Juazeiro. Foram muitas áreas de atuação como defensor (família, cível, consumidor, crime, fazenda pública, acidente de trabalho, curadoria especial, registros públicos e atualmente pessoa idosa), exercício de coordenações (cível e fazenda pública, curadoria especial e idoso). Também tive a honra de presidir a Associação dos Defensores Públicos na Bahia e ocupar a vice-presidência jurídica-legislativa da ANADEP no último biênio.
 
Ingressar na Defensoria Pública representou um incrível campo para o despertar, especialmente sob ótica de emoções, sentimentos e valores que hoje me definem enquanto pessoa e profissional. Muito além das conquistas materiais, do reconhecimento de amigos e familiares e da oportunidade de conhecer lugares e pessoas que me acrescentam enquanto indivíduo – o que comporta um universo infinito de realizações – a Defensoria Pública me oportuniza todos os dias ser uma pessoa melhor. Rejuvenescendo no velho que carrego, naturalmente imposto pelo tempo, algo de novo. Sou muito feliz e realizado por poder vivenciar com muita responsabilidade o dia a dia do defensor público.
Hoje, além da atuação na Defensoria, você é cantor! Como você descobriu este talento?
Acho engraçado e tenho até certa dificuldade em responder perguntas sobre as definições da minha carreira artística. Tudo começou em janeiro deste ano, após o lançamento do trabalho artístico “Jhonny Gavazza” e do single “Diga minha Querida”. Após o trabalho inicial também lancei em fevereiro um novo single: “Duas Horas”. E, em março, o álbum “Prelúdio”, que contém, além das duas faixas de estreia, outras dez inéditas. É um trabalho totalmente autoral e estou me divertindo muito com tudo isso. Acredito que talento nasce da prática e sempre respirei música de uma forma muito intensa. Pensar em um som para uma melodia, palavras para preenchê-la, escrever poesias ou simplesmente tentar criar um lirismo sobre algum texto são atividades que sempre me empolgaram muito. Toda a vida tive canções a definir meus momentos e ciclos, bons ou ruins, naturais ou especiais. Não saberia dizer quando isso começou exatamente, já que desde muito cedo me aventuro a escrever e compor, guardando tudo na velha e boa gaveta da vida. Talvez o que tenha ocorrido foi uma extrema necessidade íntima de esvaziar essa gaveta, até para poder reiniciar o processo de enchê-la novamente. Confesso que está sendo muito prazeroso revisitar algumas lembranças e, acima de tudo, encarar esse grande desafio que é produzir música.
Há quanto tempo você está na estrada? Conte um pouco de você, de sua trajetória e das dificuldades que encontrou no caminho
Embora sempre tenha sido um apaixonado por música, apenas há alguns anos iniciei aulas de canto e violão. Confesso que ainda estou muito longe do que considero ideal, mas o contato com músicos profissionais abriu meus horizontes, especialmente para superar alguns medos e me motivar a gravar o álbum “Prelúdio”. Em dezembro, na apresentação de Natal da Escola de Música Ricardo Primata - EMURP (onde faço aulas), fui provocado por minha professora de canto, Iracema Póvoas, a fazer uma apresentação da música “Diga minha Querida” e a recepção foi muito positiva. Além dos elogios de professores, alunos que realizaram apresentações fantásticas e da própria plateia, me marcou muito o gesto de uma senhora que, ao final da exibição, se dirigiu até o palco e me beijou o rosto, dizendo ter adorado a canção.
 
As escolas de músicas são locais de aprendizado e também de muita evolução para músicos amadores e profissionais. Foi incrível sentir a aceitação do trabalho. Maior que as inúmeras dificuldades encontradas para finalizar as gravações e agora para divulgar o trabalho nas rádios e outros veículos de comunicação, é a certeza que estou vivendo um sonho e trabalhando para torná-lo realidade. Essas são as histórias que gosto de contar.
Fale sobre o título das suas músicas e comente o processo de escolha do repertório
As músicas são autorais e contam com a produção musical e arranjos do meu professor de violão, Lucas Barnery, que além de músico virtuoso, é um grande incentivador. Em parceria montamos o repertório. Muitos ajustes ocorreram durante a fase de produção e gravação. Não foram poucas vezes que para dar melhor sonoridade às canções precisei alterar a letra das músicas e sugerir mudanças de arranjos. É realmente um processo complexo, principalmente quando as necessidades se apresentam em estúdio, já que algumas situações inesperadas precisam ser rapidamente resolvidas. Sobre o título das canções e o próprio nome artístico do trabalho musical foi algo da criatividade mesmo, ainda estou analisando todo processo sob a ótica dos resultados. Fica tudo a crivo do público.
 
O que ou quem te inspira na hora de compor?
São diárias as lições de vida que observo para inspirar minhas composições. Histórias das pessoas que conheço, notícias de jornais e revistas e, até mesmo, as situações perpassadas pelos usuários da Defensoria Pública. Coloco tudo como um instrumento filosófico a alterar meus preconcebidos entendimentos sobre o comportamento humano e igualmente a afastar de mim as valoradas idiossincrasias que antecipam ou impõem julgamentos. Tento analisar fatos e situações sem rótulos, preconceitos e os maniqueísmos próprios às visões simplórias. É como um antigo dito popular no qual se propala a máxima que: “milagres acontecem todos os dias, basta apenas estar atento para percebê-los”. Tento imprimir essa visão na hora de compor. Minhas experiências pessoais também me ajudam muito, mas essas eu não vou contar (risos).
Quais são os seus projetos atuais?
Os singles “Diga Minha Querida” e “Duas Horas”, além do álbum “Prelúdio”, estão nos canais de streaming e outras plataformas digitais (spotify, deezer, apple music, youtube, etc), permitindo ao público conhecer o trabalho do Jhonny Gavazza e as 12 canções de trabalho. Diga Minha Querida, Duas Horas, Gabi, Mantra, Venha Meu Amor, Retratos, Novos Planos, Esperei a Noite Toda, Não Me Diga Que Você Não Volta, A Lembrança de um Olhar, Quando Foi Embora e A Vida É um Fio são todas músicas autorais e trazem abordagens quase sempre leves, descontraídas e românticas. Além disso, o Jhonny Gavazza também veicula seu trabalho e novidades nas redes sociais através de suas páginas no Facebook e Instagram. Também sobre os projetos atuais, estou confeccionando um videoclipe para uma das canções e preparando a banda para iniciarmos as apresentações, já que atualmente tem sido esses os maiores pedidos e exigências de amigos e apoiadores do trabalho artístico. No mais, é viver o presente e curtir cada momento ao lado daqueles que estão fazendo essa aventura acontecer de maneira tão prazerosa. 
 
No cenário atual da música brasileira, você acha que o independente tem mais espaço? Quais dicas você tem para um artista ou banda iniciante?
Acredito que as dificuldades continuam gigantes para as produções independentes, permanecendo algo extremamente complicado sair do anonimato para ganhar as grandes rádios, veículos de comunicação e importantes palcos do país. Embora as redes sociais permitam uma difusão incrível de informação, não é fácil levar o trabalho ao grande público. As pessoas tendem a direcionar sua atenção para conteúdos conhecidos ou aquilo ao qual possuam alguma referência musical. Estar totalmente aberto ao novo ainda não é uma constante da maioria das pessoas. Contudo, não há como negar que hoje as gravadoras e editoras já não dominam o processo de produção musical como antes. O músico adquiriu total autonomia em relação a algumas fases. Hoje uma pessoa com equipamentos adequados pode produzir e veicular nas plataformas digitais suas músicas sem sequer necessitar pisar num estúdio ou firmar contratos com gravadoras, algo impensado anos atrás. Se fosse para dar a alguém com o mesmo sonho de produzir música alguma dica, diria que: se cerque de pessoas comprometidas com o universo musical e que efetivamente trabalhem com música. Conhecer pessoas e com elas interagir sempre é um interessante ponto de partida.
Como é conciliar a atuação na Defensoria com a música?
A Defensoria Pública é motivo de inspiração. E o contato com as pessoas me ajuda muito no processo de criação das canções. A música é historicamente uma ferramenta de manifestação e inclusão social, tanto quanto a luta por efetivação de direitos e Justiça nesse país. A minha família, a música e a Defensoria Pública caminham lado a lado na minha vida e me ajudam a ser exatamente o que sou, cada qual transmitindo com seu poder realizações e sinergia. 
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
A fórmula será sempre o trabalho empenhado dos seus representantes (defensoras e defensores públicos, servidores e estagiários), com muito diálogo e efetivas realizações junto aos usuários do serviço. Em um país desigual como o Brasil, a Defensoria Pública é uma Instituição importantíssima e tem um forte papel social. Não há democracia sem Defensorias Públicas aparelhadas.
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