Se você não consegue visualizar as imagens deste e-mail, clique aqui, ou acesse
http://www.anadep.org.br/wtksite/grm/envio/2525/index.html
 
Nº 018 - 28 de março de 2019
Ludmila Pereira Maciel
Apaixonada pela Defensoria Pública, Ludmila foi aprovada nas Defensorias do Acre, Roraima e Santa Catarina. Mas foi em Ariquemes (RO), em 2013, que tudo começou.  Após atuar nas Varas Cíveis e Tribunal do Júri, Ludmila trocou o norte pelo sul do país: Santa Catarina, onde atua na área da Infância e Juventude. Foi no município de Lages que ela conheceu seu noivo e teve uma filha, Ágata, de 9 meses. 
 
Outra paixão da defensora é a corrida. A defensora pratica o esporte há cinco anos. Para marcar a trajetória, dois dias antes de uma importante competição, ela descobriu que estava grávida de seis semanas. "Decidi correr, mesmo assim, mas pegando leve. Durante a prova acabei me empolgando e fiquei em 5º lugar geral! Depois, só voltei a competir após 11 meses, quando a Ágata já tinha quase três meses - e participei empurrando ela no carrinho!". Essa história foi capa do jornal A Tribuna, de Criciúma. Clique aqui e leia na íntegra. 
 
A equipe de comunicação da ANADEP fez uma entrevista especial com a defensora, confira abaixo: 
 
ANADEP - 
Por que decidiu ingressar na carreira? Como foi este ingresso?

Após estagiar em diversas áreas, durante a graduação na Universidade Federal de Minas Gerais, resolvi estagiar na Defensoria Pública da União para conhecer melhor a instituição: foi onde me apaixonei pela carreira. Assim que me formei, fiquei estudando para concursos da Defensoria Pública Brasil afora. Entre 2012 e 2013 fui aprovada nos concursos das Defensorias do Acre, Rondônia e Santa Catarina. Em 2013 tomei posse na defensoria rondoniense, onde pude conhecer uma realidade brasileira bem diferente da que me cercava em Minas Gerais. Em Ariquemes/RO atuei perante as varas cíveis e, posteriormente, perante a Vara do Tribunal do Júri. Em 2014 fui nomeada na DPE/SC e troquei Ariquemes por Lages, município de Santa Catarina. Os colegas e amigos que fiz em Rondônia ainda deixam saudades. Em Lages atuei perante a Vara da Infância e da Juventude e, após minha remoção para Criciúma, em 2015, segui atuando na mesma área. Foi em Lages que conheci meu noivo, também servidor na Defensoria catarinense. Hoje temos uma filha, Ágata, de 9 meses. 

Hoje, além da atuação na Defensoria, você participa de corridas de rua. Há quanto tempo você pratica o esporte e o que te fez escolher a corrida?

Sempre gostei de atividades "outdoor". Fazia muitas trilhas à procura de cachoeiras e gosto de andar de bicicleta. Comecei a correr há cerca de cinco anos, mas naquela época sem muita disciplina. Em Criciúma, após participar da primeira competição de rua, a adrenalina e a vontade de chegar ao pódio me levaram a buscar um profissional que me passasse treinos mais técnicos e, desde então, sigo correndo com uma equipe que, além de correr, está sempre se reunindo para confraternizações e aventuras. A corrida é, portanto, para mim, também um meio de conhecer mais pessoas e desestressar. 

Quais campeonatos você já participou?

Em agosto de 2016 participei do primeiro campeonato. De lá pra cá, acredito já ter participado de uns 20, tendo já uma pequena coleção de medalhas e troféus. Sempre competi na modalidade de 5km, embora meus treinos contemplem "longão" de 12 a 17km. Pretendo, em breve, correr uma meia maratona e não sei se conseguirei chegar a uma maratona inteira, mas sigo treinando para tanto! Em outubro de 2017 eu estava treinando firme para uma competição que seria realizada aqui em Criciúma. Percebi, porém, que estava ficando muito exausta nos treinos e, no final de outubro, dois dias antes da competição, descobri que estava grávida já de seis semanas. Decidi correr, mesmo assim, mas "pegando leve". Durante a prova acabei me empolgando e fiquei em quinto lugar geral! Depois, só voltei a competir após 11 meses, quando a Ágata já tinha quase três meses. Participei empurrando ela no carrinho! Se minha despedida foi com ela na barriga, no retorno ela também deveria participar!. Minha última corrida foi em janeiro deste ano e foi a primeira em que obtive o primeiro lugar geral. Nesta, contei com a torcida dos meus pais, noivo e filha que assistiram à minha vitória. 

 

 

Como é conciliar a atuação na Defensoria com o esporte? A prática do esporte te ajuda no seu dia a dia de defensora?
Conciliar a atuação na Defensoria com o esporte é até fácil. Difícil é conciliar com a maternidade (risos). Mas a prática do esporte sem dúvidas me ajuda no dia a dia de Defensoria, pois o estresse diário se esvai no primeiro quilômetro percorrido. Além disso, a corrida é, para nós que temos a pauta cheia durante a semana, o esporte mais prático, pois basta deixar um par de tênis no carro que não haverá desculpa de tempo e local. Ainda, na equipe com quem treino, há profissionais das mais diversas áreas que sempre agregam conhecimentos que nos ajudam no nosso dia a dia. 
 
As corridas de rua, além de me proporcionarem bem estar e uma vida saudável, aumentam meu vínculo com a cidade onde vivo e trabalho. Acabo conhecendo mais gente e, ao mesmo tempo, sendo mais conhecida. E, como costumo dizer, o defensor público é sempre defensor público, independente de onde ele esteja. Aqui em Santa Catarina, onde a Defensoria Pública só existe há seis anos, a Instituição ainda não é bem conhecida pela população. Logo, durante as competições, eu sou a "defensora pública que corre", o que acaba despertando a curiosidade e voltando a atenção dos demais para a própria instituição.
 
 
As corridas de rua hoje são muito importantes no calendário do brasileiro. Por que você considera que a aceitação seja tão grande?

Assim como antigamente fumar e beber eram moda, hoje, felizmente, a moda é ser saudável. E por ser um esporte simples e independente, qualquer um pode sair correndo por aí. As equipes de corrida são, na verdade, um meio de aprimorar a técnica e ampliar o rol de amizade. Mas o esporte, em si, prescinde de outras pessoas ou de tecnologia, bastando um tênis, simples que seja. 

Treinar para uma maratona exige uma dedicação. Qual é a rotina de treinos e quais atletas te inspiram?

O treino é essencial para aprimorar a performance e conto com a ajuda de um profissional que me passa uma planilha semanal de treinos para cumprir - normalmente são três corridas por semana, cada uma com quilometragem e pace (min/km) específicos. Admito que ser mãe, dona de casa, esposa, defensora pública e atleta não é tarefa fácil e os treinos ultimamente estão deixando a desejar até eu conseguir retomar o ritmo pós licença-maternidade. Mas busco me inspirar em atletas também amadores, que também tem outras multitarefas a cumprir e que, ainda assim, conseguem se dedicar à corrida, para não deixar o cansaço e o desânimo vencerem. Corredores locais com quem cruzo na avenida e troco sorrisos cúmplices, usualmente são minhas inspirações. 

E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?

O fortalecimento da Defensoria Pública depende de defensoras e defensores fortes e engajados, que realmente acreditam naquilo que fazem e, principalmente, que acreditam na possibilidade de mudanças, seja do entendimento jurisprudencial, seja do cenário político, seja do próprio assistido. Imprescindível, porém, também o reconhecimento de nosso trabalho pela população e, para tanto, a divulgação dos nossos afazeres tem papel fundamental. 

ver edições anteriores »Clique aqui caso não queira mais receber nossos e-mails.