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Nº 017 - 14 de março de 2019
Murilo Guazzelli
Com 32 km de praias, São Luís é uma potência para a prática de esportes a vela e em alto mar. Os ventos e a temperatura da água propiciam boas condições para que os atletas possam ficar muitas horas no mar. É nas praias que o defensor público e presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Maranhão (ADPEMA), Murilo Guazzelli, pratica o kitsurf - esporte no qual se desliza pelo mar apoiado em uma prancha e puxado por uma pipa (kite). 
 
Um dos responsáveis pela divulgação do esporte foi Robby Naish, campeão mundial da modalidade. Naish se apaixonou pelo esporte e, hoje, além de velejar é também um fabricante de kite. Ele inclusive foi o primeiro campeão mundial de kite, em torneio realizado no ano de 1998, em Maui, no Havaí.
 
No ano 2000 foi criado o primeiro circuito mundial de kitesurf – o Kitesurf Pro World Tour, que teve uma das etapas realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, os atletas fundaram a Professional Kiteboard Riders Association. Nesse mesmo ano foi criada a Associação Brasileira de Kitesurf (ABK), entidade que rege o esporte no Brasil e que está diretamente ligada à Confederação Brasileira de Vela e Motor.
 
No seu dia a dia na Defensoria, o defensor acredita que o esporte e o contato com a natureza permitem que as atividades sejam exercidas com mais concentração e disposição, resultando em uma assistência jurídica integral de excelência.
 
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
 
 
ANADEP - 
Há quanto tempo você é defensor público? Por que decidiu ingressar na carreira?
Sou defensor público há 12 anos. Fui aprovado em  2003, mas só fui nomeado em 2007. O ingresso na carreira foi uma consequência de um projeto estipulado ainda na faculdade: ser aprovado em um concurso público que tornasse possível a atuação em favor da sociedade. A aprovação no concurso se deu com muito sacrifício e estudo, tendo minha família sido a maior responsável por este sucesso.
Hoje, além da atuação na Defensoria, você também pratica o kitesurf. Há quanto tempo você pratica o esporte?

Sou praticante do kitesurf desde 2010. Adoro esportes. Atualmente, além do kitesurf, que virou um lazer familiar, pois acaba sendo um passeio na praia, tenho me dedicado ao duathlon também.

Como kite entrou e mudou sua vida?
O esporte sempre fez parte da minha vida. Com a ida para o Maranhão, fiquei distante da minha família e sempre via alguns kites na orla da cidade de São Luís. Avaliei que aprender a velejar poderia ser útil na minha adaptação à nova morada e fui em busca de aulas nesta modalidade, especialmente pelo contato com a natureza.
Como é a prática? Há treinos?
Inicialmente é necessária a realização de aulas para se aprender os fundamentos básicos sobre controle da pipa, posição de vento e montagem do equipamento. Após, o velejo passa a ser um treino e, ao mesmo tempo, uma diversão.
 
Para quem nunca pegou nos equipamentos, quanto tempo é necessário para aprender?
Normalmente um curso costuma ter a duração de dez aulas (aproximadamente dez horas). Porém, essa questão acerca do tempo necessário para se aprender é algo muito relativo, pois como qualquer outra modalidade esportiva existem pessoas que possuem mais facilidade que outras. É um esporte que se exige mais técnica do que força.
Qual o melhor lugar do país para o esporte?
Acredito que o Nordeste do país, por causa dos ventos fortes e constantes. Há as melhores condições desejadas por kitesurfistas do mundo todo. Diversos locais podem ser apontados: Barra do Cauípe (CE), Cumbuco (CE), Jericoacoara (CE), Barra Grande (PI), Atins (MA) e a própria São Luís (MA), que pela sua alta variação de maré proporciona verdadeiras piscinas no período de maré baixa.
 
Já participou de campeonatos? Se sim, quais?
Participei apenas de campeonatos como atleta amador e todos eles no Maranhão. Sempre me inscrevi na modalidade regata, que são percursos a serem executados no menor tempo possível. As provas são divididas por baterias, nas quais vão se somando pontos conforme a classificação final de cada bateria. O competidor que somar mais pontos ao término de todas as baterias consagra-se campeão. Outra modalidade bastante famosa é o freestyle, em que o campeão é aquele que executar a manobra mais bem avaliada.
Como é conciliar o trabalho na Defensoria com a prática do kitesurf?
No meu caso, especificamente, por morar em uma ilha oceânica, o final de semana é sempre propício para a prática do esporte. Quando as condições climáticas estão muito favoráveis, o horário de almoço pode ser usado como horário de velejo.
Existe algum(a) atleta(a) que te inspira?
Existe um atleta que tenho muita admiração, tanto pela sua técnica, quanto pelo seu caráter, que é o Carlos Madson (atleta freerider Kitesurf desde 2004). Ele é irmão do tricampeão mundial Caio Mário. Carlos Madson é uma daquelas pessoas que está sempre de bem com a vida e disposto a transmitir os conhecimentos que possui, independente do nível de velejo.
 
A prática do esporte te ajuda no seu dia a dia de defensor?
Eu acredito que todo esporte contribui nas atividades laborais, sociais e familiares, mas o kitesurf possui algo especial que é o contato com a natureza e a capacidade de você produzir uma higiene mental de altíssima qualidade. Isso permite que as atividades da Defensoria sejam exercidas com mais concentração e disposição, resultando em uma assistência jurídica integral de excelência.
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
Acredito que a Defensoria diariamente se fortalece em face do excelente trabalho que os colegas do Brasil todo executam. Mas vejo que boa parte da sociedade ainda não compreende o verdadeiro papel da defensora e do defensor público, ficando limitado ao velho conceito de “defensor de bandido”. Isso precisa acabar!!! O(a) defensor(a) público(a) é muito mais que isso: é o instrumento mais humano no atingimento da cidadania. É a voz mais acolhedora do sistema de Justiça, capaz de devolver a dignidade para os mais necessitados.
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