Foi na esperança de um recomeço que Valéria (nome fictício)*, de 37 anos, buscou orientação com a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), em mais uma edição do Defensoria na Rua, que aconteceu na última segunda-feira (15/4), na Praça da Rua 232, no Setor Leste Universitário, em frente a Livraria Palavrear.
Atualmente no regime semi-aberto, Valéria vive em situação de rua na praça há cinco meses e aproveitou a ocasião para saber como pedir remição de pena. Na esperança de enfim tirar a tornozeleira eletrônica, ela espera poder voltar a viver com os filhos sem a sombra do passado e com a chance de escrever uma nova história. Durante o atendimento, ela recebeu todos os encaminhamentos para que seu caso seja acompanhado de perto pela Instituição.
O defensor público e colaborador do Núcleo, Carlos Santiago afirmou que além das dificuldades econômicas, muitas das pessoas que se encontram hoje em situação de rua sofreram episódios de violência institucional em determinados momentos e, por isso, é natural que exista um medo e uma resistência em buscar auxílio. Diante desse cenário, ele destaca a importância de ir até essas pessoas oferecendo uma escuta ativa e orientação sobre seus direitos.
“Eu acredito que é de fundamental importância que a Defensoria consiga sair do espaço físico da instituição e fazer uma busca ativa desses assistidos que por diversos tipos de vulnerabilidades não conseguem se deslocar até o atendimento. Por isso, o projeto Defensoria na Rua é uma importante forma de efetivar direitos e garantias fundamentais, especialmente o direito à cidadania manifestado através do direito à identificação e do direito a conhecer a própria história”, destacou o defensor público.
Na última edição, cerca de 30 pessoas receberam informações processuais, solicitaram a segunda via de documentação e receberam absorventes. A defensora pública Bruna Brandl Cañete e o defensor público Gabriel de Almeida Prado também integraram a equipe de atendimento. A ação contou com o apoio dos projetos Absorver e Irmã Dulce.
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