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11/02/2022

Ciclo de palestra regional "Racismo se combate em todo lugar" é destaque da semana

Fonte: ASCOM ANADEP
Estado: DF/BA
 
A Associação das Defensoras e Defensores Públicos da Bahia (ADEP-BA), com apoio da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) e da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), promoveu, nesta quinta-feira (10/2), o ciclo de palestra regional com o tema: "Racismo se combate em todo lugar", no Wish Hotel da Bahia, em Salvador. 
 
A atividade é um desdobramento da Campanha Nacional iniciada em 2021, que visa fomentar o debate sobre a necessidade de equidade étnico-racial no acesso a direitos e às políticas públicas de pessoas indígenas, negras, quilombolas e povos tradicionais.
 
A mãe Antonieta Ialorixá deu uma benção para o rito inicial do evento. Houve também declamação de poemas pela escritora e poetisa Luciene Nascimento. 
 
Em seguinda, houve a composição da abertura oficial da mesa que contou com a participação do presidente da ADEP-BA, Igor Santos; da presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte; do defensor público-geral da Bahia, Rafson Ximenes; da ouvidora geral da bahia, Sirlene Assis; da deputada estadual, Lívia Santana (PCdoB); do vereador Sílvio Humberto (PSB); da conselheira seccional da OAB-BA, Dandara Pinho; e do defensor público da Bahia, Gilmar Bittencourt.
 
Ao saudar os participantes, o anfitrião do evento, Igor Santos, trouxe um reflexão sobre o momento de sua posse, no dia da consciência negra, em 20 de novembro. Para ele, a realização do evento é um marco no processo de proteção e reparação social, sobretudo às pessoas negras, constantes vítimas de violações de direitos humanos. “É nesse evento que precisamos acreditar: um encontro plural. Racismo se combate em todo lugar não surge em 2020, mas no dia a dia da Defensoria Pública. No míster da Instituição", pontuou. 
 
Já a presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, trouxe a reflexão sobre a aproximação com os movimentos sociais, principalmente no que diz respeito no enfrentamento ao racismo. A dirigente falou sobre a recente posse na Corte Interamericana de Direitos Humanos. "Pela primeira vez, temos três mulheres, mas em toda a sua existência nunca teve uma pessoa negra na composição da Corte. Eu quero muito acreditar que o conhecimento trazido durante a campanha tenha ficado arraigado dentro da gente. A campanha é uma semente a ser germinada para que possamos ter uma defensoria de verdadeira transformação social”, afirmou.
 
Por fim, o defensor público geral da Bahia, Rafson Ximenes, chamou atenção para a atuação plural e interseccional da Defensoria Pública. “Esse evento significa que a Defensoria chegou a um patamar que ninguém imaginava na década de 1950 e é por isso que ela começa a assustar algumas pessoas e começa a sofrer reações”, afirmou.
 
Diálogo com a sociedade civil
 
Ponto alto do evento foi o debate que contou com a participação do presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé, e da socióloga e ex-ouvidora geral da DPE-BA, Vilma Reis. A coordenadora da Comissão Temática da Igualdade Étnico-Racial, Clarissa Verena, mediou o painel. 
 
 
Preto Zezé trouxe um grito de resistência. "Os racistas que lutem porque vamos passar. Estamos caminhando e avançando, e quanto mais nos matam, a gente vai se multiplicando", defendeu.
 
 
Em sua fala, Vilma Reis refletiu sobre o caso Moisé e a desemunização como consequência do racismo. A socióloga também pontuou sobre a campanha como instrumento e um canal para firmar compromissos. "O sentido dessa campanha é um convite. Precisamos de pessoas brancas se comprometendo com a luta e a pauta antirracista, e precisamos de ouvidorias em todas as Defensorias Públicas. Precisamos aprofundar esse debate", defendeu.
 
Confira outros depoimentos no evento:
 
"É preciso reconhecer que o momento é próximo do trágico. Reconhecer o que é o racismo. O que é mais trágico disso tudo é que o racismo é uma conduta preparatória para a violência" - defensor público Gilmar Bittencourt.
 
"Nós já somos apedrajados quado estamos de preceito. Já somos xingados quando estamos de resguardo de preceito. Somos aqueles que não ocupam os lugares de poder quando ratificamos a nossa religião, as nossas guias. Não é porque sou advogada que deixo de ser vilipendiada. Isso é racismo" - conselheira seccional da OAB-BA, Dandara Pinho.
 
"Isso aqui é resistência. É preciso compreender que não é só o processo jurídico. É preciso ir para a rua, pisar no quilombo. Defensoras e defensores públicos negros e não-negros precisam abraçar essa campanha" - ouvidora geral da bahia, Sirlene Assis.
 
"A Defensoria é esse exemplo de como o movimento negro tem uma capacidade enorme de vencer e de avançar. Isso precisa sempre ser reconhecido porque o que estamos enfrentando hoje tem a ver com os nossos avanços" - vereador Sílvio Humberto (PSB).
 
"Racismo não se defende. Nazismo não se defende. Não é uma questão de opinião. Isso não é liberdade e nem democracia" - deputada estadual Lívia Santana (PCdoB). 
 
O evento foi finalizado com a apresentação do grupo Soul Tambor.
 
 
 
 
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