Atenta aos casos de violência doméstica que podem aumentar no período de isolamento social, a Defensoria Pública de MS tem realizado rodas de conversa online para divulgar os canais de atendimento da instituição e a importância das vítimas denunciarem, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.
Os encontros são realizados pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem). O mais recente aconteceu com moradoras do município de Costa Rica e teve a participação da defensora pública Katherine Alzira Avellan Neves, coordenadora da 12ª Regional.
“Foram encontros extremamente relevante, pois as mulheres puderam tomar ciência dos instrumentos que a legislação prevê para fazer cessar a violência, das medidas protetivas, da rede de proteção à mulher e, principalmente, se sentem encorajadas a sair do ciclo da violência, evitando-se o ápice dela que é o feminicidio. Ademais as rodas possibilitam a aproximação da Defensoria Pública Estadual com a realidade vivenciada pelas vítimas, bem como possibilitam aquelas a tomarem ciência das opções ofertadas pelo município de Costa Rica no combate concreto à violência”, explica a coordenadora Katherine Neves.
De acordo com a coordenadora do Nudem, defensora pública Thaís Dominato, nas duas rodas de conversa as moradoras contaram suas histórias, falaram sobre relacionamentos abusivos que sofreram e da dificuldade de romper o ciclo da violência.
“Existe, ainda, muita resistência das próprias mulheres em entender que a culpa nunca é da mulher. Aconteceu um feminicídio recente na cidade, elas estavam assustadas, nós discutimos o caso, orientamos em como elas podem denunciar, pedir ajuda e também tiramos dúvidas quanto à lei Maria da Penha e medidas protetivas”, afirma a coordenadora do Nudem.
Os encontros tiveram, ainda, a colaboração da psicóloga do Nudem, Keila de Oliveira Antônio, que buscou as novas tecnologias para viabilizar o contato com as mulheres. “Foi interessante porque o uso desses aplicativos, para a maioria, era algo estranho ao cotidiano. Por meio dessas novas ferramentas estamos reafirmando que elas não estão só e isso foi algo vivenciado, nessas rodas, ao terem a oportunidade de conversar com defensoras públicas, psicóloga, assistente social e outras mulheres, que residem no mesmo município e não se conheciam”, comenta a psicóloga.
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