ANADEP discute “a imagem da mulher na mídia” durante seminário em Brasília
Estado: DF
Outro destaque do seminário “A Mulher na Defensoria Pública” foi o painel “A imagem da mulher na mídia”, com a psicóloga e pesquisadora Rachel Moreno. O objetivo do evento é promover reflexões acerca de questões relacionadas aos direitos das mulheres na sociedade e, especialmente, no âmbito da Instituição. O seminário é realizado na nova sede da Escola da Defensoria Pública do Distrito Federal (EASJUR/DF), em Brasília, e é uma iniciativa da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), a Comissão Especial dos Direitos da Mulher e a Escola Nacional de Defensores Públicos (ENADEP).
Rachel Moreno milita pelas demandas e causas das mulheres e pela democratização da mídia. Ela atua desde 1974 em debates e organização de grupos de reflexão e ação pelo país, discutindo direitos sexuais e reprodutivos, violência de gênero, educação, trabalho noturno feminino e condições de trabalho (salário diferenciado, nichos de informalidade, dupla jornada de trabalho).
Em 2011, lançou o livro “A imagem da mulher na mídia: controle social comparado”. A obra inicia com um relato de como a mulher é retratada na mídia brasileira. Apesar de ter uma presença abundante na mídia televisiva, as mulheres são sempre focadas de forma similar. É comum a reprodução de estereótipos e preconceitos, além da sutil imposição de modelos de beleza inalcançáveis. A pesquisa foca a relação da mulher com os meios de comunicação em 13 países da América e Europa.
Segundo Rachel Moreno, no Brasil os meios de comunicação impõem um padrão de beleza e de comportamento às mulheres. “Seja na televisão, internet ou peças publicitárias, as mulheres são retratadas com um padrão fora da realidade: mulher branca, magra, heteronormativa com cabelos lisos e loiros. Quando a gente fala em mídia, falamos em interesses comerciais. No Brasil, 80% da decisão de compra é das mulheres. A mídia se utiliza de forma seletiva e sem nenhuma pluralidade em relação à mulher. Ela mostra um modelo de mulher e não mostra qualquer outro tipo de mulher diferente disso”, afirmou.
A diretora da ENADEP, Fernanda Mambrini, coordenou o painel.
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