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Nº 042 - 08 de abril de 2020
Ana Karoline dos Santos Pinto
O "Histórias de Defensora" dessa semana traz uma entrevista especial com a defensora pública do Amazonas Ana Karoline dos Santos Pinto. 
 
Ela não se adaptou muito bem ao ambiente da academia, mas queria praticar algo que lhe trouxesse bem-estar e saúde. Foi aí que descobriu duas atividades lúdicas: o pole dance e a lira. 
 
No pole dance, a praticante realiza movimentos de dança e/ou figuras com o corpo em torno de uma barra vertical, que pode ser fixa ou giratória. Já a lira é uma atividade circense na qual a pessoa realiza elementos, que podem formar sequências, em torno de um aro de metal suspenso a certa altura. 
 
Em ambas, os resultados são equilíbrio, resistência, postura e respiração.
 
Se você ficou curioso(a) em saber como as modalidades funcionam, confira:
 
ANADEP - 
Quando você entrou na Defensoria Pública? Por que decidiu ingressar na carreira?
Ingressei na carreira em 2013. Conheci a Defensoria Pública na faculdade, através de uma professora. Posteriormente, fui estagiária na Defensoria Pública da União no Ceará por quase dois anos. Foi quando me apaixonei pela carreira, vendo quanta realização pessoal era obtida efetivando direitos dos assistidos, especialmente os referentes à liberdade, moradia e seguridade social. Assim, direcionei meus estudos exclusivamente pra carreira, logrando aprovação em algumas Defensorias Estaduais. Optei pelo Amazonas para estar próxima da minha família e por ter conseguido atuar no Tribunal do Júri, que é minha paixão.
 
Em que momento você viu o pole dance e a lira como uma prática a seguir?
Inicialmente senti a necessidade de sair do sedentarismo. Um dia, optei por utilizar as escada no Fórum e cheguei esbaforida no 4º andar. Foi o meu gatilho mental pra despertar a necessidade de condicionamento físico. Contudo, meu plano quase deu errado porque, mais uma vez, eu paguei um plano na academia e mal pisei lá. Não conseguia ser consistente na musculação. Um dia, vi no próprio prédio da academia a propaganda de um estúdio que funcionava ali. Haviam aulas de pole e outras modalidades. Comecei pelo ballet fitness, mas vendo outras alunas tão autoconfiantes, felizes mesmo, decidi me aventurar no pole também. Pratico há um ano. Alguns meses depois, iniciei as aulas de lira. Hoje as duas atividades fazem parte da minha rotina.
 
O que é pole dance e lira?
O pole dance é uma atividade na qual o/a praticante realiza movimentos de dança e/ou figuras com o corpo em torno de uma barra vertical, que pode ser fixa ou giratória.
 
A lira é uma atividade circense na qual o/a praticante realiza elementos, que podem formar sequências, em torno de um aro de metal suspenso a certa altura.
Quais são os principais benefícios dessas atividades?
O benefício primordial, para mim, está ligado à autoestima. Amar o seu corpo, se sentir à vontade com ele e se desvencilhar de padrões estéticos que são irreais e desnecessários.
Como benefícios físicos, ganhamos em condicionamento físico, coordenação motora, consciência corporal, força e tônus muscular. Mas, para além disso, desenvolvemos a determinação para tentar de novo quando algo não sai naquele momento. Aprendemos a não desistir e entendemos que a evolução é constante, mas exige paciência e foco.
Quem pode praticar? Há um padrão físico exigido?
Todo mundo. Homem ou mulher. Qualquer idade. Qualquer peso. Flexível ou não. Já levei minha mãe para uma aula especial. Tenho uma amiga grávida que continua no pole, devidamente autorizada pelo obstetra. A atividade é realizada de acordo com os limites do corpo de cada pessoa. O método acompanha a evolução individual.
 
Existe alguma rotina de prática e cuidados com a alimentação?
No estúdio onde pratico, o aluno se agenda nas aulas da semana conforme sua disponibilidade de tempo e existência de vaga. Eu tento encaixar na agenda quatro aulas semanais, duas de lira e duas de pole. Não faço dieta, mas senti a necessidade de me alimentar melhor e beber mais água, por exemplo.
Como são os treinos?
As aulas duram cerca de uma hora e são precedidas de aquecimento. Na lira os alunos revezam o aparelho entre si. Já no pole cada aluno usa uma barra. A professora acompanha e supervisiona as atividades, montando uma programação de acordo com o nível do aluno. É necessário traje adequado, estar alimentado (mas não de barriga cheia, pra não enjoar) e prestar atenção nas instruções. Ao final, quem quiser pode tirar fotos para registrar a evolução pessoal.
 
 
Por ser um esporte sensual, algumas pessoas ainda enxergam o pole dance com preconceito. Você já sentiu algum preconceito quanto a isso?
Não diria preconceito. A maioria das pessoas quer saber mais sobre a atividade, diz que acha bacana, que parece difícil, manifesta curiosidade. É uma atividade praticada com menos roupa devido à necessidade de atrito do corpo com a barra. É uma questão de segurança. Mas o corpo feminino ainda é muito sexualizado e não posso dizer que para algumas pessoas eu não tenha virado “a Defensora que faz pole dance”. Acho besteira, pois ninguém é “o Defensor que lê”, “que bebe vinho”, “que faz júris”. Eu faço tudo isso, mas nenhuma dessas atividades me define. As pessoas que me amam incentivam e sabem o quanto me faz bem e isso me basta.
 
Já participou de competições nestas atividades?
Não, nem penso nisso por enquanto. São atividade que faço por mim, pra mim, sem a necessidade de superar ninguém que não seja eu mesma.
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
Infelizmente o ganho de credibilidade social alcançado pela Defensoria Pública não teve como consequência o aumento do repasse orçamentário para a aparelhamento da Instituição. É necessária a interiorização para que alcancemos, de fato, os mais necessitados. Isto exige, contudo, uma estrutura própria mínima, em cada comarca, para conferir um atendimento digno ao assistido e um ambiente de trabalho também digno àqueles que compõem a Defensoria (servidores e defensores).
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