Se você não consegue visualizar as imagens deste e-mail, clique aqui, ou acesse
http://www.anadep.org.br/wtksite/grm/envio/2706/index.html
 
Nº 041 - 26 de março de 2020
Bruno Diaz Napolitano

O "História de Defensor" desta semana traz mais um colega que é adepto aos esportes.

Ele é o primeiro tenista da nossa coluna. A prática, que chegou ao Brasil em 1892, tem alguns nomes de referência, como Gustavo Kuerten, que chegou à marca de 28 títulos na carreira e levou o nome do país para o mundo. Além de Maria Esther Bueno,  considerada a maior tenista feminina do Brasil e uma das maiores do mundo.

Em um país onde o futebol reina, Bruno Napolitano conta que se aproximou do esporte ainda na adolescência, aos 14 anos. Para aprimorar seu condicionamento físico no tênis, o defensor público também pratica corridas de rua. "Conciliar a vontade de competir em dois esportes tão diferentes e ao mesmo tempo muito desgastantes é o maior desafio", relata.

E a performance de Napolitano foi vista no 1º campeonato esportivo do Fórum Permanente das Carreiras de Estado (FOCAE/SP). Lá, ele foi campeão na competição de tênis.

Confira a entrevista na íntegra:

ANADEP - 
Quando você entrou na Defensoria Pública? Por que decidiu ingressar na carreira?
Em 2007, a Defensoria Pública de São Paulo ainda estava se estruturando. Pouco se falava sobre a Instituição nas faculdades e nos cursinhos. Por isso, não tenho vergonha de dizer que almejava àquela época estabilidade. Tinha 24 anos e imaginei que o serviço público me garantiria segurança desde jovem. Passei no primeiro concurso da carreira e, após três meses de atuação, já tive certeza que o destino havia me projetado exatamente no lugar que eu tinha que estar. Já fui vice-presidente da Associação Paulista dos Defensores Públicos (APADEP), na gestão 2012/2014. Já nos anos de 2014 a 2016 fui segundo subdefensor-geral do Estado de São Paulo.
Hoje, além da atuação na Defensoria, você participa de corridas de rua e joga tênis. Há quanto tempo você pratica os esportes e o que te fez escolher cada um deles?

Sempre gostei de esportes no geral e o tênis é paixão antiga; iniciei na adolescência, com 14 anos. Mas com a faculdade e o trabalho tive que parar por longos 20 anos. Há três anos, entretanto, consegui retomar os treinamentos e percebi que a corrida de rua me ajudaria a manter o meu condicionamento físico para o tênis.

O que o esporte significa para você?
É o sangue que bombeia a vida. Ele alimenta um novo estilo de vida, saudável física e mentalmente. Mantém a disciplina, traz novas amizades e apresenta novos desafios. Mantém a roda da vida. 
 
No tênis e nas corridas, como e onde são as provas que você costuma participar? Quais seus objetivos?
Quando era adolescente, disputei torneios da Federação Paulista que aconteciam pelo estado. Atualmente, participo de campeonatos regionais que congregam os tenistas classificados na categoria A das cidades vizinhas. As corridas de rua, por enquanto, têm sido também na minha região e na cidade de São Paulo. Meu foco este ano são as provas de curta distância (5 e 10km), com a meta de baixar o tempo (3:47 pace - 5km; 3:59 pace - 10Km). Agora é tempo de mudar. Quero cravar uma boa marca nos 21km e nos 42km, o que é um enorme desafio.
 
Treinar para uma competição exige uma dedicação. Como é a sua rotina de preparação com treinos e cuidados com a saúde?
Conciliar a vontade de competir em dois esportes tão diferentes e ao mesmo tempo muito desgastantes é o maior desafio. Para isso, levanto muita informação em livros e em vídeos onlines a respeito de técnica, preparação física e alimentação. A busca pelo melhor rendimento te motiva a manter treinos semanais cinco a seis vezes por semana, uma a duas vezes por dia, com aproximadamente uma duração semanal total de 10/12 horas.

As práticas esportivas também me conduzem a uma alimentação equilibrada e a necessidade do repouso adequado para evitar o overtraining - condição resultante de se fazer mais exercícios do que seu corpo é capaz de se recuperar. É preciso garantir a recuperação sadia dos tecidos musculares.
 
Este ano aconteceu o I INTERFOCAE e a APADEP teve a maior delegação. Conte mais sobre este campeonato.

O campeonato aconteceu no sábado, dia 14 de março, em Guarulhos. Diversos defensores públicos de São Paulo participaram dos jogos, como futebol, vôlei de praia, tênis de mesa e tênis.
 
Neste campeonato, eu fiquei em 1º lugar no tênis. Na competição, estavam vários colegas defensores, como: Rafael Vinhas (vice-campeão), Gustavo Monzani (quartas de final), Felipe Pires (quartas de final) e Luis Felipe Dias (oitavas de final).
 
Participaram do I INTERFOCAE, além da APADEP, a APAMAGIS (Associação Paulista de Magistrados), APMP (Associação Paulista do Ministério Público), APESP (Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo), AFRESP (Associação dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo), SINDPESP (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), SINPCRESP (Sindicato dos Peritos Criminais dos Estado de São Paulo), AMLESP (Associação de Médicos Legistas de São Paulo) e SINDALESP (Sindicato dos Funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).

A iniciativa teve o objetivo de estreitar os laços entre as entidades, que trabalham juntas em diversas pautas em defesa do serviço público.

Como fazer o tênis ser mais popular no Brasil? É um esporte caro?

Comparado com alguns países, ainda temos um número ínfimo de quadras públicas, por exemplo. Esse seria o ponto de partida, porque sem quadras, não há espaço para iniciativas de professores dispostos a dar aulas gratuitas às pessoas em situações de vulnerabilidades. O esporte é caro, não apenas pelo custo de construção das quadras, mas também pelo valor dos acessórios principais que são importados - cordas da raquete e bolas - e possuem enorme desgaste a medida que o jogador evolui. Mas isso é uma questão suprida por patrocinadores, quando algum jovem sem recursos começa a se destacar nos circuitos nacionais.

Quem são seus esportistas favoritos? Por quê?
Rafael Nadal (tenista) e Usain Bolt (corredor). Nadal chegou e se mantém entre os melhores do mundo pela sua determinação. Foi capaz de se reinventar ao longo das décadas no circuito para não deixar de ser um dos Big Four, termo usado  para se referir ao quarteto de jogadores de simples masculino com Roger Federer, Rafael Nadal , Novak Djokovic e Andy Murray. Estes jogadores são considerados dominantes em termos de classificação, vitórias e torneios.
 
Bolt também surgiu por esses predicados. Nas provas curtas do atletismo (50 a 400m) eram os atletas de estatura mediana e baixa que mais se destacavam por favorecer mais as passadas (técnica) e a explosão muscular (força). Mas Bolt foi lá e rompeu com a história. A verdade é que Nadal e Bolt são caras que lutaram muito mais para se tornarem uma lenda em suas modalidade.
Como é conciliar a atuação na Defensoria com o esporte? A prática do esporte te ajuda no seu dia a dia de defensor?
Todas as áreas da Defensoria são extremamente sensíveis, mas a área criminal, onde atuo atualmente, traz uma carga emocional pesada a partir do contato com o privado de liberdade e com os seus familiares, aliado aos fatos concretos que contornam cada caso. O esporte te ajuda a liberar esta carga, recobrando a tranquilidade para que no dia a dia possamos estar firmes na nossa missão constitucional.
 
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
Acho que só depende de nós. Temos que continuar inventando o novo. A vocação jovial da Defensoria caminha ao encontro da revolução do serviço público e da administração da justiça. Uma Defensoria forte depende da criação de ferramentas modernas de atuação que garantam, simultaneamente, velocidade e qualidade, atingindo, ainda que a distância, o maior número de pessoas vulneráveis, individual e coletivamente.  
 
ver edições anteriores »Clique aqui caso não queira mais receber nossos e-mails.