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Nº 038 - 13 de fevereiro de 2020
Andrea Salles do Amaral Wiltshire
Desde muito nova, a defensora pública do Rio de Janeiro Andrea Salles é amante dos esportes: sempre envolvida com a natação, corrida de rua e, principalmente, lutas marciais.
 
Ela tem como inspiração o filho mais velho, que descobriu no jiu-jitsu a sua verdadeira vocação. A inspiração também surge de mulheres que têm aberto uma nova frente para o esporte.
 
No jiu-jitsu, a defensora já foi campeã Sul Americana, Campeã no BJJ Pro em São Paulo, Campeã Internacional nos eventos realizados no Rio de Janeiro, Vitória e Porto Alegre e Campeã Mundial em Las Vegas. Atualmente, ela mantém um projeto de ajuda a jovens carentes para a prática do esporte.
 
Saiba mais dessa história na entrevista abaixo. 
 
ANADEP - 
Há quanto tempo você é defensora pública? Por que decidiu ingressar na carreira?
Sou defensora pública há 23 anos. Decidi ingressar na carreira em razão do fascínio que a Defensoria Pública exercia sobre mim desde a época de estágio, tendo como pensamento a atuação em prol dos menos favorecidos. 
 
Você é adepta aos esportes? Quais já praticou?
Desde muito nova sou amante dos esportes. Sempre envolvida com a natação, corrida de rua e lutas marciais. Nas artes marciais, comecei no taekwondo ainda bem jovem. Em razão da necessidade de foco nos estudos e posteriormente na carreira, passei vários anos afastada dos treinos, retornando às atividades de luta marcial após os meus 42 anos, quando fui campeã Sul Americana no Equador. Lá, recebi a medalha de ouro nas modalidades de luta e demonstração de prática (poomse). Posteriormente migrei para o jiu-jitsu, esporte que pratico de forma assídua e apaixonada até hoje .
 
Como você começou a praticar o jiu-jitsu? Já participou de competições?
No início, não sabia exatamente o que era o jiu-jitsu. Me interessei primeiro em poder usar um kimono cor de rosa nos treinos, achava lindo. Então, pedi aos meus filhos que treinassem comigo na academia porque na época era um esporte predominantemente masculino. Depois que descobrimos a maravilha que é este esporte, com predominância na técnica e inteligência, comparado a um xadrez humano, passamos a treinar diariamente em família. Meu filho mais velho descobriu no jiu-jitsu a sua verdadeira vocação. Hoje ele é faixa preta reconhecido mundialmente, residente na Califórnia, onde ministra aulas e seminários, vivendo profissionalmente do esporte.
 
 
Eu segui treinando em ritmo mais lento por conta dos afazeres diários e da carga de trabalho. Há dois anos eu e meu esposo passamos a treinar o jiu-jitsu de forma mais efetiva com foco para competição na categoria master, haja vista o mercado promissor que se tem aberto para a população master.
 
No ano de 2019, fui campeã Sul Americana, Campeã no BJJ Pro em São Paulo, Campeã Internacional nos eventos realizados no Rio de Janeiro, Vitória  e Porto Alegre e Campeã Mundial em Las Vegas.
Qual a diferença do MMA para o jiu-jitsu?
O MMA significa artes marciais mistas e como o nome mesmo diz, engloba uma série de artes marciais, tanto as chamadas de chão, como boxe, judô, Muay Thai, Greco Romana e etc. O Jiu-Jitsu é uma das modalidades de arte marcial que integra este universo vastíssimo das Mixed Martial Arts.
 
Como são seus treinos? A alimentação também passa por mudanças?
Em razão das competições, meu treino tem que ser diferenciado porque precisamos ter alto rendimento no esporte, com necessidade de suporte físico e alimentar. Atualmente, treino jiu-jitsu todos os dias à noite, faço musculação três vezes na semana para fortalecimento da musculatura, treino judô duas vezes na semana e nado também duas vezes, além das corridas nos fins de semana. Preciso manter meu ritmo alto e a musculatura em dia. Quando sofro algum tipo de lesão, busco imediatamente um osteopata para alinhamento do que foi eventualmente distendido ou lesionado. Na parte alimentar, possuo um nutricionista especializado na área desportiva que prepara um plano alimentar voltado para minha idade, condicionamento físico e quantidade de treinos.
 
Você se inspira em quem ao lutar?
Me inspiro no meu filho, um grande campeão mundial. Porém, com o avanço feminino cada vez mais constante, admiro muitas mulheres verdadeiramente guerreiras que têm aberto uma nova frente para o esporte, dando visibilidade às lutas femininas no campo da excelência.
 
A prática te ajuda de alguma forma no seu dia a dia de defensora?
Por ser o jiu-jitsu uma arte primordialmente de inteligência, calma, raciocínio e técnica, acredito que eu leve cada dia mais muitos desses conceitos para o meu cotidiano laborativo, muito voltado para atendimento ao público. Me sinto calma, confiante, forte, dedicada e cada vez mais detalhista em tudo o que eu faço, exatamente como procuro  ser nos treinos.
 
Muitas organizações aproximam o jiu-jitsu do público carente. Como você avalia a prática do esporte na inclusão social?
O jiu-jitsu tem oportunizado uma efetiva inclusão social que muitas vezes me emociona. Vejo meninos e meninas oriundos de comunidades competindo no Brasil e no exterior, muitos tendo oportunidades reais de crescimento e mudança no padrão econômico e social. São incontáveis os  casos de ascensão social vindo das camadas mais pobres através do esporte.
 
Eu e meu esposo temos um projeto de ajuda a jovens carentes, onde pagamos inscrições, doamos kimonos, doamos valores para aquisição de alimentos para determinadas instituições para ajuda aos atletas, pagamos cursos, seminários, aulas, tudo em prol desses meninos e meninas que sonham com uma visibilidade e conquistas através do treino sério e qualificado. Sonho também com  uma aproximação da minha instituição com alguns projetos ligados ao jiu-jitsu que tirem adolescentes e jovens da rua ou mesmo um estímulo a trabalho com detentos para que possam ter acesso a este maravilhoso e vasto universo da arte marcial, que certamente irá mudar suas mentes.
 
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
A meu ver, a Defensoria Pública precisa cada vez mais de estrutura logística para melhor atender ao assistido, buscando uma prestação de serviço eficiente e rápida, com o objetivo de  aproximar-se  cada vez mais do cidadão usuário do serviço da instituição para melhor atendê-lo. Não vejo uma Defensoria Pública forte se não estiver cada dia mais próxima do assistido e de suas reais necessidades. Ninguém tem tempo mais para enormes filas de espera, demora no atendimento e a falta de comunicação assistido/defensor. 
 
Implantei, por exemplo, no meu órgão de atuação o atendimento por meio de ferramentas online, objetivando a redução de atendimento no órgão e mais velocidade na informação dos serviços. A resposta tem sido muito boa por parte dos assistidos, visto que conseguimos reduzir muito o número de atendimentos físicos em vista do acompanhamento dos processos pelos assistidos através das consultas online, só indo ao órgão quando realmente precisam assinar algum documento ou conversar pessoalmente com o defensor(a) ou com a nossa equipe, sendo, para tanto, previamente agendados. Assim o nosso trabalho é otimizado. 
 
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