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Nº 022 - 6 de junho de 2019
Roberta Quaranta
O Brasil é um paraíso para os amantes da boa cozinha: a culinária brasileira é rica, saborosa e diversificada. Assim, cada vez mais, programas telesivos sobre culinária, como Masterchef Brasil, e até séries estrangeiras como Nailed It, cosquistam os mais diversos públicos: o apressado que precisa de um prato prático; o sem pressa que só deseja fazer algo gostoso; os iniciantes que precisam aprender o básico e alguém que quer inovar no dia a dia.
 
Para muitos a culinária é paixão: como é o caso de Roberta Quaranta, que atua há 16 anos na Defensoria do Ceará. A defensora aprendeu a cozinhar em um curso na capital cearense. A cozinha nordestina tem traços marcantes da cultura popular. Os frutos do mar são o carro-chefe da culinária, sendo encontrados com variedade em toda a extensão do litoral cearense. 
 
Com cerca de 20 mil seguidores no Instaram, a defensora atualiza diariamente sua conta, que é recheada de dicas sobre culinária, moda e sobre sua atuação na Defensoria Pública.
 
Confira abaixo a entrevista completa!
 
 
ANADEP - 
Por que decidiu ser Defensora Pública? Como foi este ingresso?
Fiquei grávida no último semestre da faculdade e me formei em seguida, no meio do ano de 2001. O nascimento do meu filho mais velho, Pedro, se deu em setembro do mesmo ano e, passado o primeiro mês da maternidade, eu já iniciei os estudos para concurso público.
 
No início eu não tinha essa decisão fixa de ser Defensora Pública, pois a carreira ainda não era muito divulgada e muito menos valorizada. Ocorre que, logo no primeiro semestre de 2002, saiu o edital para o cargo e eu já estava em um ritmo bom de estudos – 12 horas diárias, em média –, já tendo, inclusive, na época, obtido aprovação em certames públicos para ingresso em outras carreiras também.
 
Assim, fui passando de fases e acabei sendo aprovada no mesmo ano, vindo a tomar posse em maio de 2003. Claro que, depois do ingresso, eu me apaixonei pelas funções institucionais da DP, tanto que acabei não mais assumindo nenhum dos outros concursos em que fui aprovada. 
Você faz muito sucesso nas redes sociais! Para quem não a acompanha ou ainda não a conhece, quem é e como se descreve?
Sou o retrato da maioria das mulheres dos tempos atuais, talvez um pouco mais hiperativa que algumas... rs! Amo o que faço e me sinto extremamente realizada em poder exercer um cargo com um valor social agregado tão pujante quanto o de Defensora Pública Estadual. 
 
Me sinto realizada em cada atendimento. Antes de ingressar na faculdade, eu sempre fui apaixonada pelo Direito e pela transformação social que ele é capaz de promover na vida das pessoas, quando bem aplicado.
 
Também leciono na faculdade de Direito há cerca de 15 anos e considero a academia um dos campos mais férteis para o crescimento e ampliação de olhares de qualquer profissional, seja ele de qual área for.
 
Fora isso, eu sou apaixonada por moda, adoro observar as novas tendências e tentar aplicar as que combinam comigo e com meu biotipo físico. 
 
Como sou muito ligada à minha família, aprendi a amar cozinhar. Na nossa família, nós costumamos comemorar todas as datas… todas mesmo! Natal, Páscoa, aniversários… Nem mesmo aniversário dos cachorros ou Halloween nós não deixamos passar em branco!
 
Ah! Não posso esquecer da minha paixão por organizar a casa, principalmente arrumar gavetas (me julguem!), ler sobre política e comportamento e também viajar.
E especificamente sobre a culinária. Como surgiu esse talento?
Eu comecei a fazer uns cursos de culinária rápidos que uma loja de Fortaleza (KitchenHome) promove todos os sábados pela manhã. No mesmo dia do curso, quando chegava em casa, eu fazia a receita que havia acabado de aprender para o meu marido e meus filhos almoçarem; costumo dizer que temos que colocar rapidamente em prática tudo que aprendemos, senão acaba caindo no esquecimento. Assim fui me familiarizando com os sabores, texturas e os aromas da culinária.
 
Acredito que cozinhar é um ato de amor e acabei descobrindo “na mesa” uma maneira prazerosa e muito gostosa de agregar minha família e amigos em torno de um objetivo comum.
 
Eu sempre gostei de casa arrumada, de organização e de estar em família. Com isto, fui tomando gosto por arrumar mesas mais elaboradas e de cozinhar pratos mais gostosos. Depois fui ampliando para os amigos também, pois a mesa é um lugar de troca de afeto intenso, onde colocamos todo o nosso amor para as pessoas que ali estão. 
E nas redes sociais, o que você acha que chama mais atenção dos seguidores quando se trata do universo da culinária?
Com a correria do dia a dia, as pessoas que têm a culinária como hobby (como é o meu caso e o da maioria dos meus seguidores) procuram receitas práticas e gostosas, que ao mesmo tempo que sejam fáceis de fazer e tenham sabor e apresentação inigualáveis.
Você envolve seus filhos no preparo dos pratos?

Claro! Como eu costumo dizer, a comida é algo que agrega as pessoas em volta do preparo e da própria mesa, que as faz partilhar experiências sensoriais, troca de afeto, de sabores. Minha filha caçula adora estar envolvida na preparação dos pratos comigo e, de quebra, acabamos tendo valiosos momentos em família. 

 
Que tipo de prato você se interessa mais ?
Adoro cozinhar risotos, massas e frutos do mar.  Outra paixão são as finger foods, que acho deliciosas e super práticas de servir.
Qual dica você tem para quem está começando e quer seguir este caminho?
Para ingressar na carreira: muito estudo, vocação e vontade de transformar vidas! Nós agradecemos aos que se juntarem a nós com esses ingredientes!
 
Na culinária: vontade de aprender, paciência e muito amor.
 
Nas redes sociais: seja você mesmo(a) e não queira mostrar no mundo virtual uma vida que não lhe pertence! Sua vida, mesmo que não seja perfeita, provavelmente é bem melhor que a de muitas pessoas que lhe rodeiam, portanto, tire dela as lições que precisa aprender e também passar para os outros. Eu sempre aprendo muito mais com exemplos do que com palavras, portanto, partindo disso, procuro sempre influenciar as pessoas de uma maneira positiva, fazendo-as lembrar que cada um de nós, dentro do possível, é responsável por traçar a nossa estória.
Como você concilia a atuação da Defensoria com os seus talentos?
Eu costumo dizer sempre que “prefiro o feito do quê o perfeito”! Ás vezes perdemos muito tempo idealizando o momento certo para realizarmos determinadas coisas em nossas vidas, outras tentando fazer o quê nos propomos de maneira irretocável, sem nenhum erro ou algo que possa vir a ser modificado. Acho que a dinamicidade constante na minha vida se dá justamente pelo fato de eu ser uma pessoa bem objetiva e resolutiva. Eu traço um objetivo, vou lá e faço! 
 
Claro que, muitas vezes, a coisa acaba não saindo da exata maneira que idealizei ou me propus, mas isso não impede que eu retorne e realize posteriormente os ajustes necessários, ou seja, tome as medidas cabíveis para tornar aquilo cada vez melhor… Pelo menos o ponta pé inicial foi dado e, a partir dali, outros horizontes acabam surgindo. 
 
A gente aprende mesmo é na prática, por isso sempre acreditei que não basta ficar só no planejamento, é necessária uma efetiva execução! E isso vale para tudo na vida! 
 
Dessa forma eu consigo me virar em dez, já que sou naturalmente uma pessoa disposta, cheia de saúde e energia (o que agradeço demais a Deus). Tempo é a gente que faz! As pessoas que mais tempo ocioso tem, são as que, normalmente, acabam menos realizando. 
 
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
Primeiramente faz-se necessário colocar pelo menos um defensor em todas as comarcas brasileiras, assim como determinou a EC nº 80, conhecida como PEC das Comarcas, que acrescentou o art. 98 ao ADCT.
 
Mas não basta somente colocar os Defensores Públicos na Comarca se eles não estiverem em uma carreira fortalecida institucionalmente e valorizada, pois isso acabará gerando uma evasão para outros cargos e o problema persistirá. 
 
Portanto, além de defensores e defensoras vocacionados e engajados nos problemas sociais das pessoas em condição de vulnerabilidade, precisamos de valorização da carreira e mais concursos. Em um país com tantos índices de desigualdade social, a atuação da Defensoria Pública se torna cada dia mais importante, isso sem falar na crise econômica e financeira pelo qual passamos, o que só faz aumentar – cada vez mais – nossa área de atuação e nosso público-alvo, vez que a classe média está cada vez mais vulnerável e passando também a reclamar a atuação da defensoria pública, mesmo nas demandas de natureza individual. 
 
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