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Nº 11 - 06 de dezembro 2018
Rafael Figueiredo Pinto
Cazuza e Legião Urbana são algumas das referências musicais do defensor público do Acre Rafael Figueiredo. Ele, como tantos jovens brasileiros, se inspirou nesses artistas, que foram sucesso na década de 80 para criar uma banda de rock. Há mais de 15 anos ele também tem o skate como uma de suas paixões.
 
Ele conta que suas maiores lembranças na Defensoria Pública são do período que viveu na comarca de Xapuri, no Acre. À época, a cidade contava com aproximadamente 16 mil habitantes. Mesmo com o ritmo pacato, ele narra que lá ficou muito próximo dos usuários dos serviços da Instituição. "Participei de todos os festejos locais. Cantei e toquei violão em quase todos os lugares da cidade, inclusive em confraternizações na casa de assistidos da Defensoria. Ajudei a promover o acesso do meu time de futebol à 2ª divisão do campeonato xapuriense. Lá, passei quase todos os fins de semana e, inclusive, parte das minhas férias", conta.
 
Segundo ele, sua vida tem uma trilha sonora, pois desde sempre a música fez parte da sua vida.
 
ANADEP - 
Há quanto tempo você é defensor público? Por que decidiu ingressar na carreira? Como foi este ingresso?
Trabalho como defensor público há cinco anos. Minha escolha pela carreira se deve à ideia de serviço ao próximo nela envolvida e ao público a que ela se destina. Antes do meu ingresso, já acreditava que parte das lições mais importantes que tinha aprendido em vida tinha vindo de pessoas que quase nada possuíam, sob a perspectiva material. Somado este fato à possibilidade de cooperar socialmente para a transformação de vidas, todos os dias, através de esforços e zelo pela Justiça, tive a convicção de que a Defensoria Pública era a Instituição ideal para tanto. 
 
Após minha graduação em Direito, estudei especificamente para a carreira, almejando lograr êxito na realização desse sonho onde quer que fosse. No Acre, em 2013, ocorreu minha nomeação para o cargo de defensor público.
Qual fato/caso na Defensoria Pública mais te marcou até hoje?
O fato mais marcante foi a minha remoção para a comarca de Xapuri, no Acre, no mesmo ano do meu ingresso na DPE-AC. À época, a cidade contava com aproximadamente 16 mil habitantes. No plano profissional, o fato de ser o único defensor responsável pelas atividades a serem desenvolvidas no local foi um "divisor de águas". Enquanto pessoa, a despeito das inúmeras qualidades da minha querida Salvador (BA), lugar onde residi durante quase toda minha existência, foi em Xapuri onde encontrei os prazeres de uma vida simples, sem as marcas de uma cidade conturbada. Nessa amada terra vivi anos incríveis (2 anos e 2 meses). Assim como a maior parte da população, tive a bicicleta como principal meio de locomoção e as praças e esquinas como ambientes de lazer e palcos de conversas memoráveis. 
 
Participei de todos os festejos locais. Cantei e toquei violão em quase todos os lugares da cidade, inclusive em confraternizações nas casas de assistidos da Defensoria. Ajudei a promover o acesso do meu time de futebol à 2ª divisão do campeonato xapuriense. Lá, passei quase todos os fins de semana e, inclusive, parte das minhas férias.
 
Atualmente em Rio Branco, para além da memória, levo Xapuri na placa do carro, no apelido, na senha do WiFi e em qualquer coisa simples que me faça recordar esse lugar.
Hoje, além da Defensoria Pública, você também está na música. Como você descobriu esse talento?
No chuveiro, onde passo parte significativa da vida. Brincadeiras à parte, durante a minha adolescência tive banda. Em Xapuri (sempre ela), aproximadamente 15 anos depois, decidi formar outra. Ao chegar na capital o projeto continuou, todavia com outros componentes, com novos amigos.
Como surgiu a banda e quais projetos vocês já lançaram e têm para o futuro?
Sempre foi muito comum reunir-me com amigos nos fins de semana em casa para tocar. Numa dessas oportunidades, após algumas rodadas de chope, acreditamos que poderíamos formar uma banda e "tentarmos a sorte" em algumas casas de show em Rio Branco. Deu certo. Fizemos algumas apresentações. Tivemos boa recepção por parte do público, mas em razão de alguns compromissos — eu curso mestrado e leciono Direito em algumas universidades — foi necessário pausar nossas atividades. Talvez em 2019 estejamos novamente no cenário musical! 
 
Qual seu estilo musical preferido? Por quê?
Apesar de me considerar bem eclético, curto muito pop-rock. Durante as fases iniciais de minha vida, como irmão mais novo entre três homens, tive o mais velho como ídolo e procurei seguí-lo em quase tudo, até no gênero musical de sua preferência.
Quem é sua inspiração no meio artístico?
A partir das influências do irmão mais velho e da musicalidade, a banda Bon Jovi, mas também, sobretudo pelas letras, gosto bastante de artistas nacionais como Cazuza e Renato Russo.
A música te ajuda de alguma forma no seu dia a dia de defensor? O que mudou?
Assim como o skate, algo que pratico há mais de 15 anos, a música me faz muito bem, ajudando a compreender e a diminuir as tensões próprias do cotidiano. Minha vida tem trilha sonora!
 
Como é conciliar as práticas da Defensoria Pública com a música?
É muito tranquilo. Acredito que a exposição no âmbito musical transparece às demais pessoas, inclusive usuários dos serviços da Defensoria Pública, que sou uma pessoa como qualquer outra, com virtudes, manias e defeitos. 
Como você acha que a música pode ajudar os usuários da Defensoria Pública no dia a dia delas?
Acredito que toda pessoa tenha uma relação peculiar com a música. Como arte, independentemente do gênero, ela inspira, alegra e comove, dentre outras inúmeras possibilidades.
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?

Dentre as medidas a serem tomadas, acredito que deva ocorrer uma aproximação ainda maior entre a Defensoria Pública e o público a que ela presta serviços. Abertamente falamos que mais de 90% da população em cada Estado compõe o perfil de nossos usuários. Ora, sabendo que diversos segmentos desse montante estão representados por lideranças e movimentos, temos que com eles dialogar constantemente, com sensibilidade às suas necessidades e demandas. Aí reside o real capital político da Defensoria. Aliada a atuações estratégicas nas diferentes esferas de poder (Executivo e Legislativo, por exemplo), tal força pode fortalecer a Instituição, conferindo-lhe êxito em pleitos orçamentários e de maior gama de direitos.

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