Existem pelo menos 30 processos de indenização em andamento movidos por sobreviventes e famílias de vítimas do massacre do Carandiru, como ficou conhecida a invasão da PM à extinta Casa de Detenção, na zona norte da capital, que acabou com a morte de 111 presos no dia dois de outubro de 1992.
Das 111 famílias, apenas 72 entraram com ações na Justiça pedindo indenização. Desse número, 64 foram julgados procedentes pelo Tribunal de Justiça.
"O Estado procurou retardar ao máximo os processos, que foram levados até a última instância. Superada essa fase, agora só resta a execução da sentença" afirma a defensora pública Priscila Morgado Cury por telefone, ao .
Segundo Priscila, as indenizações variam de um salário mínimo (R$ 724) até R$ 128 mil.
"Alguns credores já faleceram, então é preciso habilitar os sucessores. Muitas vezes, a gente não consegue entrar em contato porque eles mudam de endereço e não atualizam os seus contatos", diz Priscila.
Três casos foram considerados como improcedentes pela Justiça por falta de provas ou abandono de causa pela parte solicitante.
Manifestação
Em memória dos 22 anos do massacre, 17 grupos, entre eles o Movimento Passe Livre e as Mães de Maio, vão se reunir nesta quinta-feira (2), às 17h, na praça da Luz.
As organizações querem chamar atenção para o fato de que, passadas mais de duas décadas, a "política criminal do Estado ainda continua a mesma".
Os 15 últimos policiais foram julgados em abril deste ano. Ao todo, 73 foram condenados por 77 das 111 mortes do caso.